Durante a Climate Week NYC, semana de eventos de sustentabilidade realizada em Nova York, executivos da produtora de suco Citrosuco anunciaram dois projetos em parceria com o banco Itaú BBA e a instituição de preservação Reservas Votorantim, do grupo Votorantim. “Trata-se de duas soluções escaláveis de mais de 40 mil hectares, representando os maiores projetos do mundo em citricultura sustentável. Teremos mais de mil produtores engajados nessas soluções climáticas”, disse a VEJA Orlando Nastri, diretor de ESG da Citrosuco.
O Brasil é o maior produtor mundial de suco de laranja: 35% da fruta produzida e 75% do suco comercializado no planeta vêm do país. Uma das líderes do ramo, a Citrosuco tem hoje mais de 30 fazendas de laranja, produzindo suco e ingredientes para mais de cem países.
Junto com seu time, Nastri participa com regularidade da Climate Week e de conferências do clima. Ele nota que, segundo a ONU, mais de 40% dos desafios globais do aquecimento são relacionados à mudança do solo. “Cultivar laranja em solos devastados é uma solução natural para esse problema: a plantação fica mais de vinte anos sequestrando, removendo e estocando carbono”, ele afirma.
A parceria com a Votorantim, que mantém reservas naturais privadas, e a Eccon, empresa focada em soluções ambientais e descarbonização, atuará em pomares, mantendo a conservação e a produção sustentável, gerando valor para comunidades e pequenos produtores locais. “Nessas áreas de expansão, incluiremos novas práticas de manejo e remuneração de produtores rurais, gerando valor para comunidades e intensificando a solução climática com uma metodologia que se chama PSA Carbon Agro”, diz Nastri.
A Eccon informou que o PSA Carbon Agro foi criado em 2024 para compensar danos ambientais, incorporando serviços ecossistêmicos e abrangendo a redução das emissões de gases causadores de efeito estufa por meio da conservação, gerando Carbon Plus, um novo tipo de crédito de carbono. A comercialização de créditos de carbono proporciona renda para produtores comprometidos com a conservação e contribui para a mitigação das mudanças climáticas.
A área tratada corresponde a mais de 63 mil campos de futebol, proporcionando anualmente em média 100 mil créditos de carbono ao longo de 25 anos, a serem comercializados pelo Itaú BBA. Segundo dados da Citrosuco, essa quantidade equivale à redução estimada de 3,5 milhões de toneladas de CO₂, o suficiente para compensar, em média, o consumo elétrico de mais de 350 mil residências brasileiras por um ano.