Pesquisa divulgada pelo Instituto Opinião mostra que a ex-primeira-dama Michelle Bolsonaro está em primeiro lugar na preferência do eleitor do Distrito Federal na disputa por uma das vagas no Senado em 2026.
Conforme mostrou VEJA, a soma do primeiro e do segundo voto para senador na Capital registra que Michelle teria hoje 29% das preferências do eleitor.
O diretor do Instituto Opinião, Arilton Freres, acredita que a ex-primeira-dama deve herdar boa parte da popularidade de Jair Bolsonaro, caso o ex-presidente seja mesmo condenado e preso no julgamento do Supremo Tribunal Federal por tentativa de golpe. “A prisão de Jair Bolsonaro pode fortalecer Michelle como um ativo político, tornando-a a principal porta-voz do ex-presidente e a figura mais próxima para representar seu discurso durante o período de detenção”, diz.
Freres, porém, destaca que esse cenário ainda está longe de ser definitivo. “O protagonismo da ex-primeira-dama pode ter efeitos ambíguos. Por um lado, reforça sua liderança entre os eleitores bolsonaristas mais fiéis; por outro, pode ser prejudicado caso a direita se fragmente e parte desse eleitorado se afaste do bolsonarismo”.
Pesquisador diz que Michelle pode concentrar voto dos mais radicalizados
O pesquisador afirma que outro fator pode fazer diferença em favor de Michelle: o cargo que ela escolher para disputar. “Considerando que Michelle deve disputar uma vaga ao Senado, e não ao governo do Estado ou a Presidência da República, o cenário pode ser bem mais favorável”, diz.
Na próxima eleição, com duas vagas em disputa, Michelle tende a concentrar o voto bolsonarista mais radicalizado e mobilizar aqueles que se sentem vítimas ou perseguidos com a eventual prisão do ex-presidente pelo Supremo Tribunal Federal, analisa o diretor do Instituto.
Outro fator que poderá ter impacto nas próximas eleições é a imposição do governo americano de tarifas aos produtos brasileiros. “A recente polêmica envolvendo Donald Trump e Eduardo Bolsonaro evidencia um racha na direita e certo distanciamento de algumas lideranças em relação ao ex-presidente, o que também pode impactar seu peso nas próximas disputas”, projeta o pesquisador.