O ataque, realizado na semana passada em um cais supostamente usado para o armazenamento de narcóticos, não deixou mortos, segundo pessoas a par da operação. Mas marcou a primeira ação conhecida dos Estados Unidos em território venezuelano.
Fontes consultadas pelo New York Times indicam que o ataque atingiu um porto onde autoridades americanas acreditam que a gangue venezuelana Tren de Aragua armazenava drogas e poderia transportá-las para embarcações.
No momento do ataque, ninguém estava presente no local. Ainda de acordo com a publicação americana, a ação teve assinatura da CIA, a agência de inteligência americana.
O presidente dos EUA, Donald Trump, confirmou a responsabilidade americana, mas não detalhou como a operação foi conduzida ou por quem.
“Houve uma grande explosão na área do cais onde eles carregam os barcos com drogas. Então atingimos os barcos e agora atingimos a área de implementação, que não existe mais”, disse, em entrevista à imprensa em Mar-a-Lago, sua residência e clube na Flórida.
O governo venezuelano não comentou oficialmente a ação, mas o ministro do Interior, Diosdado Cabello, criticou o que chamou de “loucura imperial” e meses de “assédio, ameaças, ataques, perseguições, roubos, pirataria e assassinatos”.
Fontes jornalísticas internacionais, incluindo CNN e New York Times, ressaltam que o ataque representa uma escalada na campanha de pressão dos EUA contra o governo de Nicolás Maduro, que até então se limitava a apreensões de embarcações suspeitas de tráfico em águas internacionais e sanções econômicas.
Analistas apontam que a ação unifica dois alvos da administração Trump: a Tren de Aragua e o governo Maduro. Embora Washington alegue vínculos entre eles, agências de inteligência têm dúvidas sobre essas conexões. O governo americano mantém uma acusação formal contra Maduro desde o primeiro mandato de Trump e, em 2025, aumentou a recompensa por informações que levem à sua captura para US$ 50 milhões.
O uso de drones armados por agências de inteligência já foi comum em operações no Paquistão, Iêmen e Somália durante a administração Obama, mas atualmente não se sabe se a aeronave usada na Venezuela pertencia à CIA ou foi emprestada pelo Pentágono. Autoridades militares não comentaram sobre o episódio.
O ataque sinaliza um momento crítico da política externa americana na América Latina, em meio a tensões geopolíticas que envolvem tráfico de drogas, ameaças de intervenção e a disputa contínua pelo poder em Caracas.