Será lançada, na próxima quarta-feira, 15, a Associação Brasileira de Bem-Estar Animal (ABBEA), iniciativa pioneira no país que integra saúde, ciência, mercado e sociedade. Entre os nomes de destaque que compõem o conselho, estão o ex-ministro da Agricultura, Pecuária e Abastecimento, Roberto Rodrigues, além de especialistas, lideranças empresariais, representantes da academia e do agronegócio, autoridades públicas e sociedade civil. O evento de inauguração será realizado no Club Transatlântico, das 18h às 21h, em São Paulo. As inscrições são gratuitas e limitadas.
A programação contará com três momentos simbólicos: a apresentação dos nove fundadores da ABBEA, todos nomes de reconhecida reputação ética e profissional no Brasil e no exterior; o lançamento da terceira edição do Compendium Animalis, coletânea de leis e normas de proteção e bem-estar animal no Brasil; e a entrega póstuma do Prêmio ABBEA 2025 ao professor zootecnista Mateus Paranhos, cientista consagrado no campo do bem-estar animal.
A entidade tem como objetivo se posicionar por meio de vozes qualificadas e fomentar debates, propor soluções e influenciar políticas públicas e práticas empresariais que equilibrem necessidades dos animais, realidades econômicas e demandas sociais.
“Esse momento é um divisor de águas. O bem-estar animal já não é apenas uma pauta ética, mas também estratégica para empresas, governos e consumidores. A ABBEA nasce para garantir que o Brasil esteja à altura desse debate, oferecendo ciência, credibilidade e cooperação internacional para transformar a forma como tratamos os animais e como geramos valor a partir disso”, explica o presidente da ABBEA, Thomas Timm, administrador de empresas formado pela Universidade de Hamburgo (Alemanha) e atual presidente do Instituto Sócio Cultural Brasil-Alemanha.
Entre os contextos de atuação, a associação surge como a primeira referência nacional em bem-estar animal no contexto do Acordo União Europeia–Mercosul, o que coloca o Brasil em posição estratégica nas negociações internacionais. A entidade também atua em sintonia com os princípios ESG, alinhada aos objetivos de Desenvolvimento Sustentável da ONU. Outro destaque é a sua abrangência, pois contempla todas as espécies: desde os grandes e pequenos animais aos silvestres, pets, e utilizados em experimentação, reforçando seu caráter multissetorial.
“Há 20 anos este tema não era muito discutido, ainda era super novo, embora de maneira geral fosse visto com simpatia. Só havia, muito de leve, uma pergunta: o bem estar animal seria econômico para o criador?”, conta o ex-ministro.
No ano que vem, a entidade lançará o Plano de Treinamento ABBEA, voltado para empresas, técnicos e instituições, além de abrir oportunidades de investimento e patrocínio a companhias comprometidas com a causa. O calendário prevê ainda o Encontro Anual ABBEA, em maio, e o Congresso Internacional “Don’t Forget the Animals 2026”, que reunirá especialistas do mundo inteiro.
“O maior desafio para emplacar a agenda de bem-estar animal é, sem dúvida, o fator humano. É preciso muito treinamento, constância e gestão para mudar hábitos antigos e fortalecer uma nova mentalidade. As pessoas precisam entender que os animais são seres sencientes – que sentem dor, medo e emoções – e que garantir o bem-estar deles exige compromisso diário. Quando o bem-estar é aplicado , ele transforma tudo: melhora o ambiente, o relacionamento das pessoas com o trabalho e os próprios resultados da produção”, destaca a pecuarista e sócia da instituição, Carmen Perez, referência no tema.