Em seu último dia à frente do Partido dos Trabalhadores, o senador Humberto Costa (PE) criticou os países que mantêm relações com o estado de Israel em meio ao conflito na faixa de Gaza, que têm culminado na morte de milhares de civis. “Ainda há no mundo inteiro quem compre, venda e subsidie o complexo industrial-militar de Israel como se isso fosse normal”, disse Costa, neste sábado, 2, durante o 17º Encontro Nacional do PT.
Apesar de críticas do partido e do presidente Lula, o Brasil não interrompeu suas relações diplomáticas ou comerciais com Israel. A ONG Oil Change International aponta, inclusive, que o Brasil responde por 9% do petróleo cru utilizado pelo país do Oriente Médio, sendo o quarto maior fornecedor do combustível. “Solicitamos ao presidente Lula que continue a intervir em favor da suspensão de relações diplomáticas e comerciais com o governo Netanyahu”, disse Costa, aumentando a pressão por uma postura mais incisiva do Brasil ante a crise humanitária na Palestina.
O senador pernambucano foi acompanhado pelo embaixador da Palestina no Brasil, Ibrahim Alzeben, durante seu discurso no evento do PT. Falando em nome da militância do partido, Costa declarou sua “irrestrita solidariedade ao povo palestino” e lembrou que a postura de Israel na faixa de Gaza é condenada por ex-representantes de Israel. “O governo de Benjamin Netanyahu (primeiro-ministro de Israel) é acusado de crimes de guerra até por ex-embaixadores e ex-primeiros ministros israelenses”, disse.
Ao lado do embaixador da Palestina no Brasil, manifestei, em nome do PT, no 17° Encontro Nacional do partido, nosso apoio ao povo palestino e nossa condenação à política genocida de Benjamin Netanyahu em Gaza, onde civis têm sido e cruelmente assassinados por Israel. pic.twitter.com/cLG4S2NXBL
— Humberto Costa (@senadorhumberto) August 2, 2025
No mesmo tom adotado pelo presidente Lula, Costa classificou as ações israelenses em Gaza como um “genocídio premeditado” e chamou a atenção para o assassinato de civis: “Os crimes agora incluem assassinar civis desarmados e famintos que buscam auxílio humanitário e recebem balas e bombas”.
O senador pernambucano vai passar o bastão da presidência do PT em uma cerimônia marcada para amanhã, 3 de agosto, no último dia do Encontro Nacional do partido. O novo líder da legenda será Edinho Silva, ex-prefeito de Araraquara (SP), cuja eleição contou com o apoio do bloco político do presidente Lula. Leia entrevista com o novo presidente do PT na edição desta semana das Páginas Amarelas.