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Presidente do Equador alega ter sido vítima de tentativa de envenenamento

O presidente do Equador, Daniel Noboa, denunciou na noite de quinta-feira 24 ter sido vítima de uma tentativa de envenenamento. Sua equipe encontrou três produtos químicos tóxicos em presentes recebidos durante uma reunião com agricultores na semana passada, produtos locais como tamarindo, cacau e chocolate.

“É impossível que tenha sido acidental”, disse o mandatário à emissora americana CNN.

Pouco antes, e após 31 dias seguidos de protestos, a Confederação de Nacionalidades Indígenas do Equador (Conaie) encerrou a greve nacional iniciada em resposta à eliminação do subsídio aos combustíveis. O líder da organização, Marlon Vargas, anunciou o fim dos protestos sem ter conseguido reverter a medida ou chegar a quaisquer acordos sobre as demais reivindicações dos indígenas.

“O governo demonstrou que as violações dos direitos humanos não são limites para suas decisões”, afirmou ele.

Greve

Os últimos dias viram intensos confrontos entre manifestantes e as forças de segurança. Ao menos três civis morreram e centenas ficaram feridos ao longo do mês de greve. Pouco antes de denunciar o suposto envenenamento, Noboa havia declarado que as estradas bloqueadas durante a paralisação seriam completamente liberadas. Um senso de normalidade voltou ao país, mas as tensões políticas e sociais não desaparecem com a dissolução da greve.

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O presidente parece ter saído fortalecido da disputa. De acordo com as últimas pesquisas da consultoria CIEES, sua avaliação positiva aumentou quatro pontos desde setembro, apesar da crise. A eliminação do subsídio ao diesel, que em tese teria potencial de desencadear uma onda generalizada de descontentamento, não causou o estrago que se temia, uma vez que o transporte público não sofreu aumentos de tarifas.

Em setembro, pouco antes da medida ser implementada, 82% dos equatorianos afirmavam que a eliminação do subsídio impactaria suas vidas; neste mês, apenas 54,7% disseram o mesmo. Para os entrevistados, os principais problemas do país continuam sendo a violência e a insegurança.

Em relação à greve, 44,7% da população rejeitou a mobilização da Conaie, 31% expressou oposição devido ao seu formato e 13,7% apoiou.

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Constituinte

Com o fim da greve, Noboa passa a se concentrar em seu principal objetivo: a consulta popular para propor uma nova Assembleia Constituinte. Esse processo, que pode redefinir a estrutura política do país, é visto como uma oportunidade para consolidar-se no poder.

A estratégia do governo, baseada na centralização do poder e na construção de um “novo Equador”, tem se mostrado eficaz. Caso a consulta fosse hoje, 70% votariam “sim” à criação de uma Assembleia Constituinte, embora quase metade da população afirme que uma nova Constituição não resolverá os problemas do país.

Enquanto a oposição continua a criticar a “repressão” do governo, cujo projeto de governo é baseado na segurança pública, a consulta popular, marcada para 16 de novembro, será uma batalha decisiva para Noboa e o futuro do Equador.

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