Prestes a ter seu pedido de cassação de mandato votado no Conselho de Ética da Câmara, Eduardo Bolsonaro também pode perder sua vaga na Casa por excesso de faltas. Morando nos EUA, aliados correm contra o tempo para tentar salvar o aliado. Uma alternativa seria argumentar que, desde a pandemia da Covid-19, o Legislativo não realiza sessões ordinárias, apenas extraordinárias, portanto não seria necessário registrar presença.
Em entrevista ao Ponto de Vista, de VEJA, o presidente do Consleho de Ética, Fabio Schiochet (União-SC), descarta essa possibilidade.
‘A mesma coisa que uma faculdade. Você pode ter nota para passar no final do ano, mas se você não tiver presença de fato, você é reprovado por faltas. Eu não vejo uma nova manobra que possa permitir que um deputado ele fique fora do exercício do mandato. Em 2020 quando começou a pandemia nós tivemos o sistema hibrido funcionando, mas a pandemia terminou. As sessões ordinárias, que a gente tem que estar lá de terça e quarta-feira, o deputado precisa marcar a presença dele de forma biométrica’.
O Conselho de Ética vota na próxima quarta-feira, 22, o pedido de cassação de mandato contra Eduardo Bolsonaro. A expectativa é de que seja arquivado, seguindo o relator delegado Marcelo Freitas (União) que já deu parecer favorável a isso.
No entanto, destaca Schiochet, a tendência é de que o deputado perca por faltas, se continuar morando nos EUA. ‘Eu imagino que mais um mês, dois meses, o deputado Eduardo deva estar extrapolando as faltas dele na Câmara. Não vejo como uma manobra agora possa liberar um deputado de estar no exterior. Não vejo que a gente possa ter um deputado de maneira híbrida’.