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Presidente da Tanzânia toma posse após eleição contestada e protestos com dezenas de mortos

A presidente da Tanzânia, Samia Suluhu Hassan, tomou posse nesta segunda-feira, 3, prometendo que o país vai superar os protestos violentos desencadeados por sua eleição altamente contestada na semana passada. Opositores afirmam que a votação foi fraudada e que mais de 700 pessoas morreram nas manifestações, número que o governo descartou como “extremamente exagerado”.

Hassan, que assumiu o poder em 2021 após a morte de seu antecessor, foi declarada vencedora do pleito na última quarta-feira, com quase 98% dos votos. Em meio a críticas de partidos de oposição e ativistas após uma série de prisões e supostos sequestros de opositores (que ela afirmou estar investigando, mas por ora sem resultados), seus dois principais adversários foram desqualificados da disputa.

A presidente de 65 anos, uma das duas únicas mulheres que ocupam o posto de chefes de Estado no continente africano, tomou posse nesta segunda em uma cerimônia realizada em um campo de desfiles militares dentro da Casa do Estado, na capital Dodoma.

“A vida deve continuar”, disse ela, que condenou os protestos como uma “força destrutiva”, perante as autoridades presentes, incluindo os presidentes da Somália, Burundi, Moçambique e Zâmbia. “Nossa responsabilidade é construir um presente melhor do que o nosso passado. Imploro que continuemos a proteger nossos valores de união e colaboração”, completou.

O escritório de direitos humanos da ONU afirmou que relatos confiáveis ​​indicam que pelo menos 10 pessoas morreram nos protestos que eclodiram durante a votação da última quarta-feira. O governo defendeu a resposta das forças de segurança como razoável e necessária, enquanto Hassan reconheceu que vidas foram perdidas na violência, sem especificar quantas.

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Eleição contestada

O maior partido de oposição, o CHADEMA, que foi excluído da eleição por se recusar a assinar um código de conduta e cujo líder foi preso sob acusações de traição em abril, afirmou que os resultados foram fraudados.

Observadores eleitorais da SADC, organização regional da África Austral da qual a Tanzânia é membro, afirmaram que, na maioria das áreas, “os eleitores não puderam expressar sua vontade democrática”, citando restrições à oposição e indícios de fraude nas urnas em algumas seções eleitorais. O governo restringiu o acesso à internet no dia da eleição, e o sinal só começou a ser restabelecido nesta segunda-feira.

O governo, por sua vez, afirmou que o processo eleitoral foi justo e transparente. De acordo com a comissão eleitoral, Hassan venceu com 31,9 milhões de votos, de um total de 37,7 milhões de eleitores registrados — número muito superior aos 12,5 milhões recebidos por seu antecessor, John Magufuli, em 2020.

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A União Africana parabenizou Hassan por sua vitória eleitoral no fim de semana, mas instou seu governo a defender os “direitos e liberdades fundamentais”.

Embora os protestos tenham diminuído nos últimos dias, a administração manteve forte presença militar e policial na capital comercial, Dar es Salaam, nesta segunda Funcionários públicos foram novamente orientados a trabalhar de casa, segundo a agência de notícias Reuters. O porta-voz do governo, Gerson Msigwa, afirmou em comunicado que as atividades normais de trabalho e comércio seriam retomadas na terça, 4.

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