A prisão de centenas de imigrantes numa fábrica da Hyundai em território americano levou o governo da Coreia do Sul a convocar uma reunião de emergência em Seul neste sábado, 06, e enviar diplomatas aos EUA. Dos 475 detidos da operação do Serviço de Imigração e Alfândega (ICE), 300 eram sul-coreanos. A ação, realizada na sexta-feira e que envolveu helicóptero e veículos blindados, foi a maior da história do Departamento de Segurança Interna. O presidente Lee Jae-myung ordenou “esforço total” nas negociações com o governo de Donald Trump.
À frente da reunião deste sábado, o ministro das Relações Exteriores, Cho Hyun, disse que foi montada uma força-tarefa para tratar do assunto com Washington. “O presidente enfatizou que as atividades econômicas de nossas empresas que investem nos EUA não devem ser indevidamente infringidas no âmbito da aplicação da lei americana”, disse o ministro, afirmando hoje durante a reunião estar “profundamente preocupado” com os trabalhadores detidos: “Sinto uma grande responsabilidade pelas prisões de nossos cidadãos”.
Os asiáticos foram retirados de uma fábrica de baterias das empresas Hyundai e LG Energy Solution, ainda em construção, no estado da Geórgia. O governo Trump, à frente de uma campanha anti-imigraçao, divulgou neste sábado um vídeo em que mostra a megaoperação. Os funcionários aparecem algemados nos pulsos, cintura e tornozelos. O governo americano alega que todos trabalhavam ilegalmente ao violar os tipos de vistos que possuíam. “Eram imigrantes ilegais, e o ICE estava apenas fazendo seu trabalho”, defendeu Trump. Numa clara ameaça, o ICE colocou a possibilidade de deportações: “Portadores de green card podem ser deportados dos EUA se for constatado que possuem condenações criminais qualificadas”.
A Coreia do Sul é um importante parceiro comercial do EUA. O país asiático anunciou em julho investimentos de 350 bilhões de dólares em solo americano ao firmar acordo que levou Trump a reduzir o tarifaço imposto a Seul.