O embaixador André Correa do Lago, presidente da COP30, a Conferência do Clima da ONU em Belém (PA), foi duramente criticado no início da plenária final do evento por representantes de países latino-americanos, que o acusam de não seguir os procedimentos corretos durante a aprovação dos textos da agenda oficial.
Em questões de ordem solicitadas pela Colômbia, por exemplo, a negociadora do país vizinho acusou Correa do Lago de ignorar os pedidos de aparte feitos por ela durante a aprovação de um dos textos, referente ao programa de implementação e ambição de mitigação climática. Ela afirmou que a Colômbia rejeitava a aprovação do documento e que levantou a bandeira vermelha antes de ele bater o martela, mas que o brasileiro a ignorou.
A representante do Panamá, visivelmente exaltada, afirmou estar muito insatisfeita com a falta de transparência da sessão e que rejeitava inteiramente o texto sobre indicadores de adaptação climática. Uruguai, Argentina e Paraguai, parceiros do Brasil no Mercosul, também fizeram apartes.
O representante da União Europeia também pediu a palavra para afirmar que não aceitava o documento com os indicadores de adaptação. Para os europeus, os parâmetros são insuficientes. O negociador de Serra Leoa, na África, foi na direção contrária. Também rejeitando o texto, afirmou que os indicadores não são claros, tornando-se impraticáveis.
A cada intervenção dos países, Correia do Lago agradecia e dizia que o comentário seria incluído no relatório da sessão plenária. Mas a representante colombiana reclamou. “Você ignorou nossos pedidos antes de aprovar o documento. Não queremos que nossos apartes sejam incluídos no relatório da sessão”, mas sim que a objeção seja respeitada.
André Correa do Lago, então, decidiu suspender a sessão para consultar as partes que haviam se manifestado.