Convocado por deputados do Rio para esclarecer a recuperação rápida do seu carro roubado, MC Poze do Rodo apresentou um habeas corpus que lhe garantia o direito de permanecer em silêncio durante sessão da CPI das Câmeras, nesta segunda-feira, 20. Mesmo assim, o artista falou brevemente sobre o caso da sua Land Rover Defender blindada levada por criminosos no mês passado na Zona Oeste. Ela foi devolvida horas depois, após ele postar vídeos afirmando ter certeza que teria o veículo de volta. “Mas é uma coisa óbvia meu carro aparecer, e até demorou para aparecer, porque sou Poze do Rodo. Eu me acho uma pessoa foda, fenomenal”, disse ele, completando ser “mundialmente reconhecido”.
Em tom agressivo, o funkeiro destacou ter que 16 milhões de seguidores no Instagram e declarou que era certo que quem roubou a SUV não ficaria com ela diante da repercussão do crime em suas redes. O carro, segundo ele, é único no Rio de Janeiro por ser vermelho e todo personalizado. “Ele não foi encontrado, ele foi largado”, ressaltou o MC, dizendo que o carro foi recuperado enquanto um primo ainda registrava o caso na delegacia. O veículo estava com duas outras pessoas quando foi roubado.
Poze do Rodo, que já havia faltado um convite da CPI e acusado parlamentares de perseguição, terminou sua fala mirando no deputado Alexandre Knoploch (PL), presidente da comissão que investiga, entre outros pontos, supostos pagamentos a criminosos e traficantes pelo resgate de automóveis roubados. “O senhor disse que sou marginal. Eu não tenho por que ficar dialogando com uma pessoa que me acha uma coisa que não sou. O senhor sabe minha profissão real”, disparou.
E o clima seguiu quente com a resposta do deputado: “Eu disse, e eu não retiro. Eu acho que as músicas que o senhor faz são músicas de apologia ao tráfico de drogas. Os jovens, quando ouvem letras iguais às do senhor, entendem que o mundo do crime é bom, e não é”, disse, lembrando que Poze chegou a ser preso em maio – sendo solto cinco dias depois. Ele foi detido temporariamente sob acusações de associar-se ao Comando Vermelho (CV) e de fazer apologia a crimes como o tráfico de drogas. Para a Justiça, no entanto, o funkeiro foi algemado e tratado desproporcionalmente, com ampla exposição midiática, havendo indícios que comprometem o procedimento regular da polícia.