Os Estados Unidos removeram nesta quinta-feira, 20, a sobretaxa adicional de 40% que vinha travando a entrada de produtos brasileiros como café, carne bovina, frutas, cacau e açaí. Com a decisão, itens que chegaram a pagar tarifa total de 50% desde agosto voltam a entrar no mercado americano com tarifa zero.
Para Gustavo Sung, economista-chefe, o recuo tem duas motivações centrais. A primeira é econômica: a inflação de alimentos importados começou a pressionar os preços domésticos nos EUA, que dependem de fornecedores externos para produtos tropicais. “A retirada da tarifa ajuda a estabilizar o mercado interno e evita repasses ao consumidor”, diz.
A segunda é política. Em meio a queda de popularidade e derrotas recentes, Trump precisava sinalizar medidas que aliviassem o custo de vida e respondessem à pressão de importadores e varejistas americanos.
Para os investidores, a mensagem da retirada da sobretaxa reforça que os produtos agrícolas brasileiros continuam encontrando forte demanda no mercado americano, explica. “A decisão devolve visibilidade ao agro exportador, beneficiando especialmente o complexo de proteínas, o setor de cafés especiais e as empresas com maior exposição ao mercado externo, em particular aos EUA”, diz Sung.