O uso da robótica na medicina está crescendo. Os robôs permitem melhorar a precisão dos procedimentos. Além disso, os braços robóticos permitem chegar onde muitas vezes a mão e a visão humanas não alcança, conferindo maior segurança ao manipular estruturas nobres.
A cirurgia robótica já é feita no Brasil e se destaca como um avanço importante na artroplastia de joelho por trazer diversos benefícios ao médico e ao paciente.
Importante explicar que, na cirurgia robótica, não espere um robô que age sozinho. Na verdade, nos referimos principalmente a um equipamento com um braço robótico equipado com pinças e câmeras.
Esse braço é totalmente controlado pelo cirurgião. Então, o sucesso do procedimento ainda se deve totalmente à experiência e ao conhecimento do médico. O robô é um coadjuvante da atividade médica, uma ferramenta para melhorar o desempenho, precisão e segurança dos procedimentos.
Na artroplastia do joelho, as partes de sustentação do peso do joelho são completamente substituídas por componentes protéticos. O procedimento é cada vez mais comum para tratar a degeneração do joelho e aliviar a dor e a incapacidade.
Um número crescente dessas cirurgias é realizado usando robôs cirúrgicos. O robô filtra os tremores da mão do cirurgião, eliminando-os, o que evita movimentos involuntários e, consequentemente, aumenta a assertividade e a segurança.
Essa precisão é submilimétrica, o que também garante que o procedimento seja menos invasivo. Com o auxílio do robô, as incisões são mais exatas e o trauma é menor, o que se traduz em cirurgia e recuperação mais rápidas, menor sangramento e tempo de internação e pós-operatório mais tranquilo.
As câmeras presentes no braço robótico do equipamento também geram, em tempo real, imagens de alta definição que podem ser aumentadas, assim auxiliando no posicionamento dos instrumentos cirúrgicos e na tomada de decisões pelo cirurgião.
Na ortopedia, as imagens em 3D permitem que o cirurgião planeje melhor os cortes ósseos e o posicionamento da prótese para garantir um encaixe e alinhamento mais preciso, o que tende a ser mais difícil com a técnica tradicional. Isso melhora o prognóstico da cirurgia e o paciente tem menos chance de sofrer com problemas como dor, rigidez e inchaço da região após o procedimento.
Apesar de ter bons resultados, na técnica tradicional, o encaixe depende unicamente da experiência do cirurgião, o que, em alguns casos, pode resultar em um posicionamento não tão exato, causando alterações no alinhamento da articulação que fazem diferença a longo prazo, especialmente em relação à durabilidade da prótese.
No entanto, um entrave para a cirurgia robótica ainda é o preço, que é mais alto, mas a tendência é que a técnica se torne cada vez mais utilizada e acessível.
Apesar do risco de complicações ser menor na cirurgia robótica, tudo depende da experiência e conhecimento do médico, afinal, o robô não faz nada sozinho.
Por isso, é fundamental que buscar um médico especializado. Apenas ele poderá dizer se essa é realmente a melhor opção para o seu caso e prosseguir com o procedimento da maneira adequada.
*Marcos Cortelazo é ortopedista especialista em joelho e traumatologia esportiva do Einstein Hospital Israelita e da Rede D’Or, membro da Sociedade Brasileira de Ortopedia e Traumatologia (Sbot), da Sociedade Latino-americana de Artroscopia, Joelho e Esporte (Slard) e da Sociedade Internacional de Artroscopia, Cirurgia do Joelho e Medicina do Esporte (Isakos). Também é sócio efetivo da Sociedade Brasileira de Cirurgia do Joelho e da Sociedade Brasileira de Artroscopia