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Por que os caminhos apontam para um encontro entre Lula e Trump nos EUA

Na conversa por videoconferência na segunda-feira, Lula e Donald Trump combinaram, segundo os relatos divulgados de lado a lado, de encontrarem-se pessoalmente “em breve” – logo precipitando especulações sobre onde e quando a reunião aconteceria.

É nas diferenças entre as versões de Brasília e Washington sobre o teor da chamada que auxiliares do governo brasileiro amparam um raciocínio segundo o qual o caminho mais provável é que a primeira bilateral entre os dois presidentes seja, mesmo, nos Estados Unidos.

Recapitulando: a nota oficial do Palácio do Planalto disse que Lula reiterou um convite para Trump participar da COP30, em Belém, e se dispôs a viajar aos EUA, além de “aventar” um encontro na Cúpula da Asean, na Malásia.

Já o presidente americano, em seu post no Truth Social e ao responder a perguntas de jornalistas no Salão Oval da Casa Branca, afirmou, com ambiguidade, que “em algum momento” Lula irá ao seu país e ele virá ao Brasil.

A primeira observação de quem acompanha a relação diplomática de perto é que, em suas manifestações, Trump nem mencionou a hipótese de um encontro na Malásia. A cúpula da Associação das Nações do Sudeste Asiático começa em 26 de outubro, e a presença do americano nem sequer está confirmada, ainda que ele tenha sido convidado.

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Com a paralisação da máquina pública americana completando uma semana devido ao impasse no Congresso em torno do orçamento federal, e sem acordo à vista entre republicanos e democratas, a agenda de Trump e da cúpula da Casa Branca está consumida pela política doméstica, em detrimento de grandes viagens ao exterior.

Além de tornar um voo para a Malásia daqui a menos de três semanas uma possibilidade remota, isso também diminui as chances de uma vinda ao Brasil no futuro próximo – sempre com a ressalva de que o presidente dos EUA se regozija na própria imprevisibilidade.

A hipótese de uma viagem de Trump a Belém para a COP30, então, chega a ser recebida por alguns auxiliares do governo brasileiro com risadas sarcásticas. 

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O chefe da Casa Branca retirou os Estados Unidos do Acordo de Paris nas duas vezes em que assumiu o governo, e, em seu discurso na Assembleia Geral da ONU, chamou as políticas de enfrentamento às mudanças climáticas de “o maior golpe” do mundo. Qual não seria a surpresa se esse mesmo chefe de Estado desse as caras na capital do Pará para a conferência do clima das Nações Unidas.

Somados esses fatores, os caminhos apontam, de fato, para a maior probabilidade de a primeira reunião bilateral entre Lula e Trump ser em solo americano.

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