Nos últimos anos, o transplante capilar deixou de ser um assunto restrito e passou a ocupar espaço nas redes sociais e na mídia, com diversas personalidades vindo a público falar sobre o procedimento, que consiste na retirada de unidades foliculares do paciente de uma região para serem transplantadas em outra.
O aumento desse interesse se deve, principalmente, ao avanço das técnicas, com resultados mais naturais e uma recuperação mais tranquila. A normalização do tema por figuras públicas contribui para reduzir o estigma da calvície e do tratamento.
Por serem os mais afetados pela calvície (alopecia androgenética), homens após os 30, 40 anos são o principal público do transplante, que hoje também é procurado por mulheres e até jovens.
Essa geração, por conta das redes sociais, está mais informada, mais apegada à imagem e percebe rapidamente alterações na linha capilar, buscando mais cedo por soluções.
O procedimento pode ser realizado com diferentes técnicas, como a FUE (Extração de Unidade Folicular). Nela, em vez de ser retirada uma faixa de pele da área doadora, os fios são extraídos individualmente por microincisões, deixando cicatrizes puntiformes, praticamente imperceptíveis.
Uma evolução dessa técnica, a No-shave, ainda permite coletar os fios sem raspá-los, preservando o visual durante a recuperação.
Outro método, o DVN (Densidade, Volume e Naturalidade), combina técnicas avançadas de FUE, seleção rigorosa de unidades foliculares, planejamento individualizado, instrumentos ultraprecisos e distribuição estratégica dos fios para garantir uma linha frontal harmoniosa, densidade superior e resultado natural.
Com equipe treinada e acompanhamento por 12 meses, estratégias do tipo oferecem mais segurança, previsibilidade e recuperação confortável.
Cada técnica tem suas indicações e deve ser escolhida de acordo com as individualidades do paciente. Quando realizadas corretamente por um profissional experiente, todas são capazes de conferir um resultado satisfatório com resultados duradouros, pois os fios transplantados não carregam a genética da calvície. Mas é preciso manter o tratamento clínico para evitar que os fios não transplantados continuem a cair.
Com exames adequados, liberação médica e ambiente cirúrgico apropriado, o transplante é extremamente seguro e apresenta risco muito baixo de rejeição, pois as unidades foliculares são do próprio paciente.
Quando indicado e realizado corretamente, o procedimento devolve não apenas fios, mas também confiança. Assim, o transplante capilar deixou de ser visto como algo extremo para tornar-se um cuidado adotado em diferentes fases da vida, com grandes benefícios para um número cada vez maior de pacientes.
* Marcelo Nogueira é médico tricologista e especialista em transplante capilar