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Por que o bandeirão dos EUA na Avenida Paulista pode entrar na mira da PF

A aparição de uma bandeira gigante dos Estados Unidos no ato bolsonarista realizado na Avenida Paulista, no centro de São Paulo, no Dia da Independência do Brasil, no último domingo (7), deve ser investigado pela Polícia Federal. O pedido de apuração foi feito pelos deputados federais Lindbergh Farias (PT-RJ) e Pedro Campos (PSB-PE) na noite da segunda-feira (6). Os dois são líderes de seus partidos na Câmara.

A motivação do pedido é a desconfiança dos parlamentares de que a bandeira usada tenha sido cedida pela liga esportiva profissional de futebol americano dos Estados Unidos, a NFL, que realizou uma partida em São Paulo, na Neo Química Arena, estádio do Corinthians, no final da semana passada e usou uma bandeira semelhante. A situação aponta, segundo os deputados,  um “indício de apoio logístico e financeiro externo, bem como de submissão a governo estrangeiro”, o que, para eles, são “práticas vedadas pela Constituição e que atentam contra nossa soberania”.

“Acionamos a PF com notícia de fato para investigar a origem da bandeira e eventual participação logístico-financeira de ente estrangeiro. Defender o Brasil é defender a independência do nosso povo contra tutelas externas. Não aceitaremos que a celebração da nossa independência seja sequestrada para encenar submissão e conspiração contra a democracia”, escreveu Lindbergh Farias na rede social X.

“Pela primeira vez, um 7 de setembro foi marcado pela presença de uma bandeira estrangeira, erguida por traidores da pátria em plena Avenida Paulista. Um símbolo da subserviência que a extrema-direita quer impor ao Brasil. Não se trata de mera coincidência: a bandeira exibida no ato bolsonarista é praticamente idêntica à usada dois dias antes em evento da NFL em São Paulo”, complementou.

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O mistério de quem teria levado a bandeira para o ato e se teria ou não sido cedida pela liga de futebol americano parece se estender também para os bolsonaristas.

Principal organizador da manifestação, o pastor Silas Malafaia disse discordar da presença do símbolo no evento. “Ela foi estirada por um minuto e foi retirada. O que tem a ver a bandeira americana com a independência do Brasil? Achei inoportuno estender uma bandeira do tamanho de um boeing da América. Inoportuno porque não tem nada a ver. Não concordei. Achei ridículo“, disse para a reportagem. “As nossas manifestações são livres. Eu não sei quem levou a bandeira. A bandeira não era nossa, não era da organização. Mas as pessoas levarem é um direito delas”, complementou sobre a origem misteriosa do item.

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Há, no entanto, bolsonaristas que comemoraram a bandeira americana no ato. É o caso do youtuber Paulo Figueiredo, que também é alvo do Supremo Tribunal Federal, no julgamento da tentativa de golpe de estado. “Alguns não gostaram. Sinto muito. Quem realmente importa viu e adorou. É um símbolo fantástico da amizade dos povos de ambos os países que amam a liberdade. E vai ter de novo, na próxima, se o povo assim quiser. Manifestação popular não tem dono”, escreveu no X.

VEJA solicitou um posicionamento ao consulado americano no Brasil, mas não obteve retorno até o momento da publicação desta reportagem.

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