O Irã pediu na terça-feira, 17, que a população exclua o aplicativo de mensagens WhatsApp de seus smartphones, denunciando uma suposta espionagem israelense em meio a escalada do conflito entre os dois exércitos mais poderosos do Oriente Médio.
A televisão estatal iraniana afirmou, sem apresentar evidências, que o aplicativo estava coletando dados pessoais dos usuários, “últimas localizações e comunicações ” e compartilhando com Israel. Os iranianos também foram incentivados a evitar o uso de outros “aplicativos baseados em localização”.
Um porta-voz do WhatsApp afirmou à revista americana TIME na quarta-feira que as denúncias feitas pela televisão estatal iraniana são falsas, alegando que o aplicativo de mensagens da Meta, também dona do Facebook, não fornece informações em massa de seus usuários para nenhum governo.
“Estamos preocupados que essas denúncias falsas sirvam de desculpa para o bloqueio de nossos serviços no momento em que as pessoas mais precisam deles”, disse o porta-voz. “Não fornecemos informações em massa a nenhum governo.”
Esta não é a primeira vez que o Irã pede à população que limite o uso do WhatsApp. Em 2022, o aplicativo da Meta e o Google Play foram banidos pelo governo durante protestos nacionais após a jovem curda Mahsa Amini ser morta sob custódia policial por usar o véu islâmico de forma “imprópria”. O Irã restaurou o acesso aos aplicativos em dezembro do ano passado.
Vários aplicativos de mídia social e mensagens são proibidos ou severamente restringidos no Irã, incluindo Instagram, Telegram e X (antigo Twitter), mas milhões de iranianos ainda acessam os sites por meio de VPNs.