Denunciados pela Procuradoria-Geral da República (PGR) ao Supremo Tribunal Federal (STF) por conta de suas atividades nos Estados Unidos, onde residem, por tentativa de coação no curso do processo da tentativa de golpe de estado, o deputado Eduardo Bolsonaro (PL-SP) e o jornalista Paulo Figueiredo encontraram uma interpretação criativa para o aceno do presidente americano, Donald Trump, ao presidente Luiz Inácio Lula da Silva.
Nesta terça-feira, 23, durante a Assembleia Geral das Nações Unidas (ONU), Trump elogiou o presidente brasileiro, afirmou que ambos tiveram “excelente química”, que se abraçaram e que deverão se encontrar na semana que vem. Eduardo e Figueiredo são os principais artífices de uma cruzada nos Estados Unidos para que o governo trumpista imponha sanções ao Brasil e autoridades brasileiras na tentativa de influenciar o julgamento do ex-presidente Jair Bolsonaro e outros acusados de tentativa de golpe de estado entre o final de 2022 e o início de 2023.
“Trump é realmente um gênio. Ele denuncia a ditadura brasileira e a invasão da jurisdição americana bem na ONU. Em seguida, diz que gosta do Lula, que o chamou para conversar e complementa dizendo que o Brasil vai continuar indo mal exceto se estiver ao lado dos EUA. (…) Entenderam que a anistia será ampla, geral e irrestrita?”, escreveu Paulo Figueiredo no X. Na segunda, 22, ele foi denunciado criminalmente pela PGR pelas tentativas de obstruir o andamento do caso do golpe de estado. Ele próprio é réu em um dos núcleos da trama golpista.
Outro acusado na denúncia da PGR, Eduardo Bolsonaro foi na mesma linha — de enxergar o afago a Lula como uma “estratégia” de Trump. O filho Zero Três de Bolsonaro disse que o presidente americano é “genial”. “É a marca registrada de Trump: firmeza estratégica combinada com inteligência política. Por isso, longe de causar espanto, sua postura reafirma, mais uma vez, sua genialidade como negociador”, postou.