O Congresso da Fifa realizado em Doha, no Catar, durante essa semana, definiu os valores que serão pagos às 48 seleções participantes da Copa do Mundo em 2026, em repasses que serão feitos diretamente às confederações dos país. No total, serão entregues 727 milhões de dólares (aproximadamente R$ 4 bilhões), 50% a mais que a premiação da Copa de 2022. Ficou definido que o campeão vai receber US$ 50 milhões (R$ 275 milhões na cotação atual), números superiores aos recebidos por Argentina, em 2022 (US$ 42 milhões), e França, em 2018 (US$ 38 milhões).
Os valores, no entanto, são infinitamente inferiores aos pagos pela própria Fifa na Copa do Mundo de Clubes, realizada em meados deste ano, nos Estados Unidos. O campeão Chelsea, por exemplo, ficou com US$ 115,2 milhões (R$ 633,6 mi). Até mesmo os demais colocados ganharam mais, casos do vice-campeão PSG (US$ 107,5 mi), e 3o e 4o colocado, respectivamente, casos de Real Madrid (US$ 83,2 mi) e Fluminense (US$ 60,8 mi). O Palmeiras, que avançou às quartas-de-final da competição, também embolsou números robustos (US$ 38,6 mi).
“Diferentemente do que se dá na Copa do Mundo de seleções, foi preciso convencer os principais clubes do mundo para que se mobilizassem pelo novo torneio de clubes, e só uma premiação relevante também para os clubes mais ricos viabilizaria a competição. Mas a análise nao se resume a esses prêmios, já que a composição das receitas de federações e clubes é muito diferente. Se o Mundial de clubes apenas adiou férias das principais equipes europeias, para as confederações nacionais a Copa de seleções é a maior geradora de receitas com patrocinadores. Ela rende muito mais indiretamente”, explica Thiago Freitas, COO da Roc Nation Sports no Brasil, empresa que é controlada pelo cantor Jay-Z.
“A Copa do Mundo de Clubes proporcionou uma premiação significativa aos clubes brasileiros. Além do ganho financeiro, também há o intangível, que é a repercussão e visibilidade internacional”, afirma Moises Assayag, sócio-diretor da Channel Associados e especialista em finanças no esporte. “O impacto dessas cifras vai além do caixa imediato. Essas premiações exponenciais, especialmente as dolarizadas vindas da FIFA, deixaram de ser um bônus para se tornarem um pilar central do planejamento orçamentário. Isso alimenta um abismo competitivo: o dinheiro financia a performance, que, por sua vez, gera mais premiações. O sucesso em campo se monetiza imediatamente, reforçando o branding do clube e atraindo patrocínios de maior valor”, analisa Thales Rangel Mafia, gerente de Marketing da Multimarcas Consórcios.
Por outro lado, o que vai fazer com que os valores com a Copa de Clubes fiquem parecidos é que todas as seleções receberão automaticamente US$ 10,5 milhões (R$ 57,7 milhões) somente pela participação. Ou seja, o campeão embolsaria no total US$ 107,7 mi, ainda abaixo do total recebido pelo Chelsea (US$ 115,2). O campeão da Copa receberá ainda a premiação de 50 milhões de dólares (cerca de R$ 274 milhões) pelo título, valor nunca antes entregue no torneio. Como comparação, a Argentina recebeu US$ 42 milhões em 2022 e a França US$ 38 milhões em 2018.
- Os valores das premiações da Copa de 2026:
Campeão: US$ 50 milhões
Vice-campeão: US$ 33 milhões
Terceiro lugar: US$ 29 milhões
Quarto lugar: US$ 27 milhões
Do 5º ao 8º lugar: US$ 19 milhões
Do 9º ao 16º lugar: US$ 15 milhões
Do 17º ao 32º lugar: US$ 11 milhões
Do 33º ao 48º lugar: US$ 9 milhões
Além disso, cada participante receberá US$ 1,5 milhão para custos de preparação