Assim como vinha se especulando há alguns meses, a National Football League (NFL) anunciou nesta sexta-feira, 26, que vai realizar ao menos três partidas da temporada regular ao longo dos próximos cinco anos no Rio de Janeiro — o primeiro deles já acontecerá em 2026, no estádio do Maracanã. As equipes e a data ainda não foram reveladas.
“A parceria em múltiplos anos da NFL com o Rio é o casamento perfeito. Será um evento histórico com jogos da NFL no calendário oficial da cidade. Estou entusiasmado para ver uma partida de futebol americano no Maracanã, o templo mais icônico do futebol mundial”, afirmou o prefeito do Rio de Janeiro.
A cidade espera que, além da visibilidade internacional com o evento, a cidade consiga movimentar a economia, assim como ocorreu com São Paulo. Na capital paulista, de acordo com da SPTuris, foram movimentados mais de R$ 330 milhões (62 milhões de dólares) em cada um dos anos.
Além disso, foram gerados mais de 12 mil empregos na cidade somente nas semanas que antecederam o confronto, sendo que 11,5% do público registrado era de estrangeiros, e 57% de pessoas vieram de fora da capital, o que representa um alto consumo em turismo e hotelaria.
De acordo com números divulgados, os turistas gastaram R$ 3.355,73 em média, e ficaram três dias na cidade. Também foi confirmado um aumento de 133% na emissão de passagens aéreas dos Estados Unidos.
Os números em São Paulo, por exemplo, foram maiores do que na Cidade do México, que tradicionalmente recebe esses jogos desde 2016 e tem movimentado, anualmente, R$ 246 milhões.
Joaquim Lo Prete, country manager da Absolut Sport no Brasil, agência que comercializou pacotes de viagem para os eventos da NFL em São Paulo, e que também atua com serviços de hospitalidade para o GP São Paulo de Fórmula 1, a ampliação dos jogos reforça a estratégia da liga em expandir novos horizontes no país: “A confirmação de um jogo oficial da NFL no Rio de Janeiro em 2026 reforça o Brasil como um mercado estratégico para a liga e consolida o país entre os grandes palcos internacionais do futebol americano. Depois do sucesso em São Paulo, onde registramos, de 2024 para 2025, um crescimento de 400% na venda e na procura por pacotes, a chegada ao Maracanã mostra o potencial do torcedor brasileiro para experiências de alto nível.”
Fora dos Estados Unidos, a NFL já organizou 56 partidas da temporada regular foras, em grandes cidades como Londres, Frankfurt, Munique, Toronto, São Paulo e Cidade do México. Neste ano, ainda serão realizados jogos inéditos em Dublin, Madri e Berlim, além de mais um em Londres. Já em 2026, além do Rio de Janeiro, Melbourne, na Austrália, também terá um confronto.
“A escolha do Rio de Janeiro pela NFL é estratégica: a cidade combina turismo, entretenimento e paixão esportiva como poucas no mundo. Para o Rio, significa reafirmar-se como palco global de grandes eventos; para a NFL, representa abrir portas a um mercado em expansão, fortalecer sua marca em solo sul-americano e transformar um jogo em uma vitrine internacional de negócios e experiências”, aponta Bruno Brum, CMO da Agência End to End, empresa que conecta o torcedor à sua paixão e é um hub de soluções e engajamento para o mercado esportivo.
O projeto de conquistar novos mercados, especialmente na Europa e América do Sul e Central, vem se intensificando por parte dos organizadores da liga, que enxergam alguns países como estratégicos na captação de mais recursos, receitas e público.
A NFL é considerada uma das principais ligas esportivas do mundo, com um valuation de R$ 803 bilhões, e o Brasil é o segundo país com a maior base de fãs da liga fora dos Estados Unidos, atrás apenas do México. Não à toa, todos os 47 mil ingressos colocados à venda, incluindo camarotes de luxo, que variavam entre R$ 5 mil a R$ 30 mil, se esgotaram em poucos minutos, com 1/3 de estrangeiros presentes no evento.
Outro dado extremamente relevante é a NFL foi o segundo evento que mais movimentou dinheiro em São Paulo, ficando atrás apenas da Fórmula 1, que movimentou 1,2 bilhão de reais. Carnaval, com R$ 201 milhões, e Réveillon, com 140 milhões, ficaram para trás.