Manuela Dias tem enfrentado críticas contundentes nas redes sociais ao abandonar tramas sem o devido aprofundamento em sua adaptação de Vale Tudo. Exemplos não faltam: a doença do Afonso Roitman (Humberto Carrão) foi colocada em segundo plano após o grande barulho no diagnóstico, assim como a participação de Maria de Fátima (Bella Campos), reduzida, por ora, a servir de apoio a Olavo (Ricardo Teodoro) para conquistar Celina (Malu Galli).
Mas o ponto que aqui merece destaque é o tratamento dado ao casal lésbico Cecília (Maeve Junkings) e Laís (Lorena Lima). Na versão original, de 1988, a relação não teve desfecho feliz com a morte de Cecília, então interpretada por Lala Deheinzelin. Agora, no remake, a autora preferiu mantê-las vivas e juntas – o que seria uma oportunidade de ouro para investir no romance. Em vez disso, optou por criar outro casal LGBT+, formado por Freitas (Luís Lobianco) e Eugênio (Luís Salem), diluindo a força dramática de personagens já estabelecidas na narrativa. A decisão reforça a sensação de desperdício de bons papéis, além de um roteiro que não se sustenta. E, a menos de um mês do fim, aumenta a expectativa de que o folhetim – tão aguardado – caminhe para mais uma frustração.