Um movimento liderado pelo senador Renan Calheiros (MDB) na semana passada impediu a aprovação da ata da reunião que definiria as emendas da bancada de Alagoas no Congresso ao Orçamento de 2026, tornando-a a única bancada estadual que, até o momento, não indicou coletivamente a destinação dos repasses a que tem direito.
O prazo para a apresentação dessas emendas se encerrou na última sexta-feira, e o caso foi parar com os presidentes do Congresso, senador Davi Alcolumbre (União Brasil-AP), e da Comissão Mista de Orçamento (CMO), senador Efraim Filho (União Brasil-PB), a quem caberá decidir como solucionar o impasse.
Tudo começou quando Calheiros comunicou ao coordenador da bancada alagoana, deputado Paulão (PT), que não poderia assinar a distribuição das emendas por enxergar nelas uma violação do veto do ministro Flávio Dino, do STF, à individualização de emendas parlamentares coletivas – o que, segundo ele, poderia gerar problemas.
O Radar apurou que Paulão consultou os colegas de Alagoas sobre o caso. A maioria reiterou o apoio às indicações da forma como estavam. Calheiros, então, negou-se a carimbar o modelo. O senador Fernando Farias (MDB) e os deputados Rafael Brito (MDB) e Isnaldo Bulhões (MDB) – relator do Orçamento de 2026 – seguiram sua posição.
Como a indicação das emendas de bancada estadual só têm validade com a assinatura de ao menos dois dos três senadores da unidade federativa, armou-se o impasse.
As outras 26 bancadas estaduais e do Distrito Federal indicaram 249 emendas, no valor total de 25 bilhões de reais, mas espera-se que Bulhões faça cortes no montante desses e de outros tipos de repasse orçamentário para adequá-los ao limite global de emendas, próximo aos 50 bilhões de reais reservados para esses recursos em 2025.