O diagnóstico de líderes de grandes empresas nacionais e multinacionais é que 2025 se tornou um dos anos mais difíceis da última década para CEOs no Brasil. É o que afirma Adriano Lima, um dos executivos mais influentes de RH, com mais de 143 mil seguidores no LinkedIn. Em pesquisa qualitativa recente, ele consultou mais de 40 presidentes de empresa e descobriu um padrão nas percepções: 73% dos CEOs dizem que adaptação deixou de ser diferencial e virou condição básica de sobrevivência.
Para 72% dos CEOs, ciclos curtos têm comprimido sua capacidade de manter uma visão estratégica consistente. dos líderes resume: “a estratégia hoje é viva. Cinco anos virou ficção.” Se a volatilidade nos negócios não é novidade, a mudança é que incerteza é multissetorial diz Lima. “Antes as pressões eram mais externas e ficaram internas também”. O cenário não piorou porque surgiram novos problemas, mas porque os problemas estão batendo na porta do negócio ao mesmo tempo e com mais velocidade”, diz.
Em um momento em que os juros no Brasil estão em patamar recorde, o cenário econômico pesa no horizonte dos líderes. “A pressão por eficiência foi citada por mais de 70% dos CEOs como um dos desafios centrais dos negócios. Os juros altos, capital cada vez mais caro e principalmente competição acirrada criaram esse ambiente em que uma liderança fraca custa muito caro”, diz.
No centro da discussão estratégica está a inteligência artificial: 61% dos CEOs brasileiros colocam a integração da IA entre seus maiores desafios. “A liderança agora precisa encarar isso, decidir, reorganizar e entregar num ritmo que não existia antes”, diz o especialista. Para ele, “a subutilização da IA será a nova causa de obsolescência corporativa.”
Tendências globais
Pesquisas internacionais confirmam o diagnóstico. O estudo CEO Outlook, feito pela KPMG mostra que 71% dos CEOs globais apostam em IA e desenvolvimento de talentos como caminhos para manter competitividade em meio a um ambiente econômico instável.
Os talentos seguem como o ponto mais frágil das organizações. Cultura, liderança e saúde mental foram citadas por 32% dos CEOs. “Sem líderes preparados para sustentar cultura e pessoas, o resto não se sustenta”, diz Lima.
Outro estudo feito com CEOS, pela IBM e que ouviu 2 mil líderes em 33 países, aponta que os melhores resultados vêm de empresas que conseguem transformar turbulência em oportunidade, adotando IA não apenas como ferramenta, mas como eixo de reorganização do negócio.
Para 2026, o desafio será equilibrar curto e longo prazo. “Acredito que 2026 será o ano não do gestor, mas do gestor líder que vai combinar aí essa entrega imediata, mas com visão de futuro, com resultados perenes e sustentáveis, principalmente sem perder a mão no que eu considero mais importante numa empresa, a sua cultura”, diz.