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Polvos usam seu ‘melhor’ tentáculo para realizar tarefas; assista

Polvos parecem ter um “braço preferido” quando precisam agir. Um estudo publicado na revista Scientific Reports, da revista Nature, analisou mais de 10 mil movimentos de 25 animais filmados no Caribe, na Flórida e na Espanha e revelou que há uma espécie de “preferência funcional”.

Os tentáculos da frente foram responsáveis por cerca de 64% dos movimentos observados e aparecem principalmente em tarefas de exploração, como alcançar, puxar ou manipular objetos. Já os braços de trás participaram de 36% dos registros e são mais usados para locomoção, servindo de apoio quando o animal se desloca pelo fundo do mar.

Seriam polvos canhotos ou destros?

Os pesquisadores acompanharam polvos em plena atividade natural: caçando, mexendo em algas, movendo pedras, construindo tocas e até se camuflando em recifes de coral. A partir das gravações, classificaram os gestos em 12 tipos de ações. Cinco deles concentraram quase 80% dos registros: alcançar, levantar, abaixar, enrolar e recolher. O estudo também mostrou que não existe preferência entre braços do lado direito ou esquerdo. Na verdade, a divisão acontece mesmo entre os da frente e os de trás.

Outro detalhe observado foi o tipo de movimento realizado. Em cada ação, os braços podiam dobrar, alongar, encurtar ou torcer. O campeão absoluto foi a dobra, que respondeu por sete de cada dez movimentos. Alongamentos representaram 22%, encurtamentos 6% e torções apenas 2%. Esse padrão se repetiu em diferentes comportamentos, do ataque a presas escondidas à exploração de tocas e fendas.

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A ciência se inspira na natureza

A descoberta reforça a ideia de que, mesmo sem ossos e com membros anatomicamente semelhantes, os polvos desenvolveram uma divisão de funções que garante eficiência na caça e na sobrevivência em habitats complexos. Essa especialização também ajuda a explicar como eles se adaptam a ambientes tão variados, de fundos arenosos a recifes repletos de obstáculos.

Além de ampliar o conhecimento sobre o comportamento dos animais, os resultados podem inspirar a robótica. O controle refinado dos tentáculos já serve de modelo para engenheiros que desenvolvem máquinas macias capazes de executar tarefas delicadas. Entre as aplicações em estudo estão robôs para cirurgias minimamente invasivas e dispositivos para resgates em locais de difícil acesso.

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