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Polícia italiana desmonta esquema de residência falsa usado por brasileiros para obter cidadania

A polícia da Itália desmantelou um esquema de emissão de atestados falsos de residência usados por brasileiros para agilizar pedidos de cidadania no país europeu. A operação ocorreu em Moggio Udinese, um município de menos de 2 mil habitantes perto da fronteira com a Áustria, segundo reportagem da agência italiana Ansa publicada na quinta-feira 26.

De acordo com os investigadores, entre 2018 e 2024, 84 brasileiros obtiveram documentos que os declaravam moradores de Moggio Udinese, embora nunca tivessem vivido no local. O atestado de residência é um dos requisitos para o reconhecimento da cidadania italiana, o que leva muitos descendentes a buscar o processo diretamente no país para driblar as longas filas nos consulados no Brasil.

Segundo a polícia, os operadores do esquema cobravam cerca de 6 mil euros (aproximadamente R$ 37 mil) por cliente. A fraude teria contado com a participação de funcionários da prefeitura. Seis pessoas foram denunciadas à Justiça, entre elas um brasileiro e uma albanesa apontados como responsáveis por organizar o esquema.

A operação ganhou repercussão em meio ao endurecimento da legislação de cidadania na Itália. Em maio, o Parlamento aprovou uma lei que restringe o reconhecimento pelo chamado “direito de sangue”, limitando o benefício a filhos e netos de italianos nascidos no exterior. A mudança atinge diretamente milhares de brasileiros descendentes de imigrantes que chegaram ao país entre o final do século XIX e o início do século XX.

Pelas novas regras, o pedido só pode ser feito se o pai, mãe, avô ou avó mantiver exclusivamente a cidadania italiana, ou se os pais tiverem morado ao menos dois anos consecutivos na Itália após adquirirem a cidadania e antes do nascimento ou adoção do filho. Processos já protocolados na Justiça antes de 28 de março não foram afetados.

A lei, porém, é contestada judicialmente e ainda pode ser derrubada por decisão liminar.

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