A Polícia Civil de São Paulo desarticulou nesta terça-feira, 30, uma fábrica clandestina de bebidas alcoólicas adulteradas em Americana (interior do estado, a 139 quilômetros da capital). Segundo os investigadores, o local, que era uma chácara, era usada para falsificar e envasar vodca, uísque e gim. Foram apreendidos mais de dezessete mil produtos no local e duas pessoas foram presas.
A operação acontece na semana em que autoridades investigam intoxicações por metanol na Grande São Paulo. Dez pessoas estão internadas e três morreram depois de consumir, em estabelecimentos comerciais, bebidas alcoólicas batizadas com metanol, que é tóxico. Um dos efeitos colateriais da intoxicação é a perda da visão, irreversível em muitos casos.
Segundo a Secretaria de Segurança Pública de São Paulo, a fábrica clandestina fechada na operação desta terça vendia pela internet as bebidas falsificadas, tanto para bares da região de Americana quanto da capital paulista. O estabelecimento irregular já era investigado há cerca de um mês.
As duas pessoas presas, que não tiveram seus nomes revelados, foram autuadas por crimes contra a propriedade material, contra a saúde pública e contra as relações de consumo. Os agentes não encontraram metanol na fábrica clandestina, mas as investigações continuarão para identificar quem são os outros envolvidos no esquema.
Investigações a nível federal e estadual
Diante da repercussão dos casos e da possibilidade de que a adulteração de bebidas extrapole o estado de São Paulo, o ministro da Justiça Ricardo Lewandowski anunciou nesta terça que a Polícia Federal vai investigar as intoxicações por metanol. Uma das possibilidades levantadas pelos investigadores é de que exista alguma ligação com facções do crime organizado.
Ainda na segunda, 29, a Polícia Civil de São Paulo apreendeu mais de cem garrafas de bebidas em bares no Jardim Paulista e na Mooca, nos quais algumas pessoas intoxicadas teriam consumido bebidas alcoólicas. Os materiais serão periciados para verificar se há contaminação por metanol.
