A polícia da França fez uma operação de busca e apreensão nesta quarta-feira, 9, na sede do partido de extrema direita Reagrupamento Nacional, investigado por suspeita de financiamento ilegal de campanha.
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A operação, classificada pelo presidente do partido Jordan Bardella como uma “nova campanha de assédio” e perseguição, é mais um golpe contra a sigla, maior partido parlamentar da França, mas ainda tóxico para muitos por seu histórico de antissemitismo e racismo. Em março, Marine Le Pen, principal nome e candidata em últimas eleições, foi condenada por desvio de fundos da União Europeia e impedida de concorrer no pleito de 2027.
“Desde as 8h50 desta manhã, a sede do Reagrupamento Nacional, incluindo os escritórios de seus líderes, foi alvo de uma operação conduzida por aproximadamente vinte policiais… acompanhados por dois juízes de instrução”, escreveu Bardella, nas redes sociais.
O Ministério Público de Paris confirmou as buscas, dizendo que estão relacionadas a uma investigação sobre uma pessoa não identificada, aberta na semana passada após denúncias de fontes institucionais. Buscas também foram feitas na sede de diversas empresas, também não identificadas, e nas residências de executivos dessas empresas.
As supostas violações estão relacionadas ao financiamento de campanhas presidenciais de 2022, legislativas de 2022 e europeias de 2024, segundo o MP.
Apesar dos imbróglios jurídicos e da própria condenação de Le Pen, o Reagrupamento Nacional lidera as pesquisas para o primeiro turno das próximas eleições presidenciais — o atual presidente, Emmanuel Macron, não poderá concorrer, pois atingiu o limite de dois mandatos, e deve apontar um sucessor de seu partido centrista, o Juntos. Le Pen ainda tenta anular sua condenação para poder concorrer em 2027, sua quarta tentativa à Presidência, mas Bardella disse que concorrerá se ela não puder.