Duas vítimas do atentado terrorista a uma sinagoga em Manchester, no Reino Unido, provavelmente foram baleadas por policiais. As informações foram divulgadas pela própria polícia nesta sexta-feira, 3. As autoridades acreditam que dois fiéis judeus estavam atrás de uma das portas do templo, na tentativa de barrar a entrada do agressor, quando foram alvejados. Um deles foi morto; o outro, ferido.
Segundo o chefe da Polícia de Manchester, Stephen Watson, uma das vítimas “parece ter sofrido uma lesão consistente com um ferimento de bala”. Uma vez que o principal suspeito, identificado como Jihad Al-Shami, um britânico de ascendência síria de 35 anos, não carregava armas de fogo, os fiéis devem ter sido atingidos pelos agentes.
“Os únicos tiros foram disparados pelos Oficiais de Armas de Fogo Autorizados da GMP (Greater Manchester Police) enquanto trabalhavam para impedir que o infrator entrasse na sinagoga e causasse mais danos à nossa comunidade judaica”, declarou Watson.
Ele, porém, não disse se o disparo foi a causa da morte de uma das vítimas.
“Infelizmente, os ferimentos por arma de fogo das duas vítimas podem ter sido sofridos como consequência trágica e imprevista da ação urgentemente necessária tomada pelos meus agentes”, afirmou o chefe policial em uma declaração.
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O ataque a sinagoga da Congregação Hebraica de Heaton Park aconteceu na última quinta-feira, 2, no Yom Kippur, o dia mais sagrado do judaísmo. Um homem atropelou pedestres em frente ao local e, em seguida, desceu do carro para esfaqueá-los. O suspeito foi alvejado pela polícia enquanto tentava entrar no santuário judaico.
A tragédia se desenrolou em poucos minutos: a polícia foi acionada às 9h31 e, às 9h38, o suspeito estava morto. O chamado partiu de um pedestre, que relatou que um veículo avançou contra um grupo de pessoas diante de uma sinagoga.
Duas pessoas foram mortas no incidente: Adrian Dauby, de 53 anos, e Melvin Cravitz, de 66. A polícia não informou qual dos dois foi baleado pelos agentes de segurança. Outras três pessoas também ficaram feridas e, segundo a última atualização, estavam hospitalizadas. Uma das vítimas foi baleada, outra esfaqueada e uma terceira atropelada pelo carro usado por Al-Shami. O autor do ataque foi morto pela polícia.
A repercussão em torno do caso foi expressiva. Nesta manhã, era possível encontrar muitas flores e mensagens homenageando as vítimas em frente à sinagoga. O local foi visitado rapidamente pelo primeiro-ministro britânico, Keir Starmer. Nas redes sociais, Starmer lamentou o ataque e garantiu que seu governo fará “tudo o que puder para manter nossa comunidade judaica segura”.