Decidido a estabelecer um plano de ações do governo para reagir à decisão do presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, de tarifar em 50% os produtos brasileiros, o presidente Lula deflagrou no fim de semana uma operação com diferentes frentes de ação.
Lula travará o duelo verbal com Trump – ampliando as entrevistas para veículos de imprensa –, martelando a necessidade de união nacional num momento de ataque à soberania do país pelos que defendem Jair Bolsonaro.
Geraldo Alckmin vai articular a reação empresarial ao problema, buscando saídas junto aos ministérios para a crise. O Planalto terá um comitê com integrantes do governo e do setor produtivo para tratar de possíveis alternativas. Hoje deve ter uma reunião para definir como será esse colegiado.
Carlos Fávaro, da Agricultura, buscará novos mercados para tentar reduzir o impacto da tari-fação a produtos brasileiros.
A Secom articulará a campanha nas redes e entrevistas para que Lula e os integrantes do go-verno comuniquem a todos os setores da sociedade o que está sendo feito. A gestão petista vai focar no discurso de união nacional diante de uma sanção que afronta a soberania do país. Com isso, Lula montará uma aliança com forças que vinham se distanciando de seu governo e que, agora, numa questão de interesse nacional, poderão se unir em defesa da economia e dos empregos sob ataque de Trump.
O Itamaraty buscará estabelecer diálogo direto com o governo Trump, para buscar meios de cancelar o tarifaço. Como Trump mirou em diversos países, há o entendimento de que, atra-vés dessa interlocução, é possível que o presidente americano seja pressionado internamen-te a recuar.
A ideia é buscar resolver pelo caminho da negociação e não pela afronta – devolver na mesma moeda é pensado como último caso.