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Pix: governo posta e apaga vídeo com críticas às operadoras de cartão

Na tarde desta terça-feira, 29, o governo federal publicou nas redes sociais um vídeo que defende o Pix e dispara críticas afiadas a empresas do setor de pagamentos dos Estados Unidos. A postagem foi excluída minutos após a publicação, mas o material foi baixado por usuários e enviado a VEJA (assista abaixo).

Intitulado “Por que o Pix incomoda”, o vídeo tem cerca de um minuto de duração e argumenta que o Pix se popularizou entre comerciantes brasileiros por não cobrar as mesmas taxas que os pagamentos via cartões de crédito ou débito. O material utiliza memes e uma narrativa descontraída, citando personagens fictícios como “Dona Maria”, proprietária de um pequeno comércio de bairro, e “João”, dono de uma barbearia.

Um trecho controverso, porém, exibe uma montagem do filme Clube da Luta (1999) com logomarcas das empresas de pagamentos Visa e Mastercard, além do sistema de pagamentos WhatsApp Pay, operado pela Meta. Nas imagens, as companhias aparecem como prédios explodindo e desmoronando enquanto os protagonistas, associados ao símbolo do Pix e à bandeira do Brasil, assistem à distância de mãos dadas.

A narração explica que o Pix movimenta cerca de 30 trilhões de reais por ano e que, ao anular a taxa média de 2% cobrada em cartões de débito, impede a receita de 600 bilhões de reais às empresas de pagamentos. Em outro trecho do vídeo, a narradora questiona: “Sabe quem não está gostando disso? As operadoras de cartão”, enquanto uma caricatura do Tio Sam surge ao fundo acompanhada do som de uma águia, animal-símbolo dos Estados Unidos.

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O vídeo representa uma resposta à investigação aberta pela Casa Branca contra o Pix, alegando suposta concorrência desleal, e circula em momento profundamente delicado nas relações entre Brasil e Estados Unidos. Na próxima sexta-feira, 1º, está prevista a entrada em vigor do tarifaço de 50% sobre importações brasileiras anunciado há três semanas pelo presidente americano, Donald Trump. Até o momento, as negociações diplomáticas entre Brasília e Washington pouco avançaram e não há indícios de que um acordo comercial chegará a tempo de evitar as tarifas.

Questionada por VEJA, a Secretaria de Comunicação da Presidência (Secom) informou que “o vídeo continha uma informação imprecisa” e que “o conteúdo está sendo revisado e será postado novamente em breve”. O post foi veiculado nas plataformas X (ex-Twitter), Instagram e Bluesky.

 

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