O remake de Vale Tudo vem colecionando gafes e testando a excelência das novelas da Globo. A terceira mão de Afonso Roitman (Humberto Carrão) exibida nesta semana foi apenas um de uma série de episódios inexplicáveis levadas ao ar no horário nobre – lista que também inclui a invasão de uma fã de Cauã Reymond em cena gravada em local público, o uso de um táxi “invisível” de Maria de Fátima (Bella Campos) para seguir Odete Roitman (Debora Bloch), um copo que magicamente se transformou em xícara nas mãos da vilã, além da posição vertical de um celular de Fátima que gravava um vídeo na… horizontal. São erros que não deveriam escapar do controle de Paulo Silvestrini, diretor e responsável pela coesão artística e técnica da produção.
Apenas para explicitar um dos casos acima, o caso de uma mulher vestida de rosa invadir o set de filmagem, seguindo Cauã, seria evitado com uma equipe bem coordenada. Um erro de continuidade primário que se segue a outro – e nessa semana foram vários – acaba quebrando o ritmo da narrativa, afugenta o olhar do telespectador para fora da trama e entrega uma produção pouco caprichada aos olhares mais atentos. No fim das contas, esses detalhes expõem que as incontáveis críticas à releitura de Vale Tudo tem por trás mãos humanas. Às vezes, até bem mais do que duas mãos.
