A Polícia Federal deflagrou nesta sexta-feira, 5, uma operação para desmantelar uma rede de migração ilegal para os Estados Unidos suspeita de enviar ao menos 220 pessoas ao país americano de forma irregular. O grupo é investigado pelos crimes de promoção de migração ilegal, ameaça e lavagem de dinheiro.
Segundo a PF, a quadrilha investigada pela Operação Alpha tinha operações sediadas em Minas Gerais. Um homem foi preso e cinco endereços são alvos de busca em Governador Valadares e Itanhomi (MG) e na cidade de São Paulo — a Justiça autorizou o bloqueio de 23,7 milhões de reais em bens e valores ligados ao esquema ilegal.
O inquérito aponta que a principal rota de entrada irregular nos EUA passava pelo México, além de outros países da América Central. De acordo com a polícia, o grupo contava com “coiotes” — jargão, no mundo do crime, para traficantes e contrabandistas de pessoas — para transportar os migrantes irregulares pelo continente e recebê-los nos EUA. No Brasil, outros integrantes da quadrilha seriam responsáveis por ameaçar os familiares das vítimas para cobrar os pagamentos, utilizando contas bancárias em nome de terceiros para lavar o dinheiro e movimentar os valores.
Localizada no Vale do Rio Doce, no interior de Minas, a cidade de Governador Valadares já foi alvo de outras operações da Polícia Federal que indicam relações entre migração ilegal e tráfico de drogas. Em setembro de 2024, a Operação Expedition teve como alvo uma rede suspeita de enviar ao menos setenta pessoas aos EUA de maneira irregular — as investigações tiveram início a partir da Operação Reféns, deflagrada no ano anterior, que mirava uma organização ligada às práticas de narcotráfico, lavagem de dinheiro, extorsão e agiotagem nos estados de Minas Gerais, São Paulo e Espírito Santo. Segundo a PF, um dos investigados pelo tráfico de entorpecentes também seria responsável por captar vítimas e direcioná-las a Valadares, de onde partiam ilegalmente para o país americano.