A Polícia Federal deflagrou nesta semana a Operação Navegação Fantasma, voltada a desarticular um grupo criminoso especializado na promoção de migração ilegal com uso de “documentação marítima falsificada”.
O esquema se concentrava no aeroporto internacional de Guarulhos, em São Paulo.
Agentes cumpriram nesta terça-feira três mandados de busca e apreensão e três mandados de medidas cautelares diversas da prisão, incluindo proibição de acesso a áreas aeroportuárias e dependências de companhias aéreas, restrição de saída do país sem autorização judicial e proibição de contato entre os investigados.
A autorização para as medidas partiu da 6ª Vara Federal de Guarulhos (SP).
As investigações começaram com a identificação de sucessivas tentativas de ingresso irregular de estrangeiros no Brasil, que se apresentavam como supostos marítimos, portando cartas, manifestos e cadernetas marítimas fraudulentas.
Os documentos seguiam padrão gráfico e estrutural idêntico, vinculados a empresas fictícias do setor marítimo, o que chamou a atenção das equipes de fiscalização migratória, de acordo com investigadores.
A associação criminosa preparava estrangeiros ainda no exterior, com a falsificação dos documentos e a logística de entrega e utilização desse material para tentar burlar o controle migratório brasileiro.
Em diversas ocasiões, foram registradas ondas de inadmissões de passageiros provenientes do exterior, especialmente em voos com origem na África e conexão internacional, afirma a PF.
As apurações colheram elementos que indicam a existência de divisão de tarefas entre os integrantes do grupo investigado, incluindo coordenação, logística e execução, além de adaptação do modus operandi para tentar contornar as ações de fiscalização e repressão.
Os investigados poderão responder pelos crimes de promoção de migração ilegal, associação criminosa, falsificação de documento e uso de documento falso, sem prejuízo de outros delitos que venham a ser identificados no curso das investigações.