A leitura no petismo é de que a oposição conseguiu sair das cordas com a operação das forças de segurança do Rio de Janeiro contra o Comando Vermelho.
A leitura é de que a direita conseguiu encontrar um discurso de união entre tantos candidatos a substituir Jair Bolsonaro nas urnas e ainda arrumou uma bandeira — o combate duro ao crime organizado — que é apoiada por parcela significativa da população.
Se o clã Bolsonaro não atrapalhar, a direita terá agora uma agenda de país a defender, um tema popular, e não os projetos de interesse pessoal do ex-presidente como a anistia.
Na visão de apoiadores de Lula, a missão do presidente é complexa nesse campo da segurança pública porque o petista, como chefe de Estado, não pode fazer discurso fácil e irresponsável no estilo “prende e arrebenta”. Enquanto bate bumbo, por exemplo, pela classificação das facções como grupos narcoterroristas, o governo é contra por saber que essa classificação abriria as portas do Brasil para operações clandestinas dos Estados Unidos.
Lula também não tem como se vangloriar do combate ao crime nos estados porque a ação é toda dos governadores. Ao petista sobra sempre o discurso ruim de culpar eventuais gestores por problemas de segurança, numa imagem que sempre abre caminho para que Lula seja acusado de tentar tirar o corpo fora.
Com tantas questões envolvidas, Lula vai analisar com calma, juntamente com seu marqueteiro, o discurso a ser adotado, sempre pensando em 2026.
“O discurso do ‘bandido bom, é bandido morto’ voltou com força. Se Lula não for estratégico, complica a eleição”, diz um petista.
