Funcionários federais civis do Pentágono têm sido recrutados para uma “força de voluntários” que apoiará os esforços do Serviço de Imigração e Alfândega (ICE) e do Serviço de Alfândega e Proteção de Fronteiras (CBP), mostrou um e-mail obtido pelo site de notícias independente 404Media nesta quinta-feira, 21. O convite segue um memorando de julho do secretário de Defesa dos Estados Unidos, Pete Hegseth, que permite a participação de civis “em apoio à prioridade do Presidente de proteger nossas fronteiras”.
“O Secretário de Defesa autorizou funcionários civis do DoD (sigla do Departamento de Defesa, em inglês) a fornecer detalhes ao Departamento de Segurança Interna para contribuir com suas operações ao longo da Fronteira Sul e suas atividades internas de fiscalização da imigração”, disse o e-mail, de acordo com a 404Media.
O Departamento de Defesa publicou uma lista de vagas para voluntários, que “oferecerão suporte crítico” ao ICE e aos agentes na divisa “enquanto cumprem a intenção do Presidente de garantir um sistema de imigração seguro e organizado”. Entre as tarefas a serem cumpridas pelos funcionários, estão “entrada de dados, suporte ao planejamento operacional, logística de processamento e transferência e suporte logístico”, afirmou um oficial de Defesa dos EUA, sob condição de anonimato, ao jornal britânico The Guardian.
“O memorando do Secretário de Defesa assinado em 1º de junho de 2025, ‘Detalhe de funcionários civis do Departamento de Defesa para apoiar o Departamento de Segurança Interna’ permite que funcionários civis do DoD participem de um destacamento por até 180 dias, apoiando as operações do Departamento de Segurança Interna na fronteira sul”, confirmou ele ao veículo.
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Dança das cadeiras
Estima-se que 950 mil funcionários civis trabalhem para o Pentágono. O anúncio de busca por voluntários frisa que os locais para onde eles serão enviados “não são negociáveis” e que as condições “podem ser severas”, mas com benefícios e salários. As informações das vagas destacam que não há possibilidade de atuar de maneira remota e que as remunerações variam de US$ 25.684 a US$ 191.900 por ano.
A movimentação acontece após o Departamento de Segurança Interna (DHS, na sigla em inglês) ter realocado dezenas de funcionários da Agência Federal de Gestão de Emergências (Fema) para o ICE no início deste mês, segundo o jornal americano The Washington Post. O governo também começou a mobilizar agentes do ICE juntamente com a polícia local para a fiscalização rotineira do trânsito. As mudanças seguem o cerco do governo do presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, à imigração.
No momento, novas instalações de detenção para imigrantes ilegais estão sendo construídas em alguns estados, como a Flórida, enquanto instalações militares, como o Fort Bliss, no Texas, já conta com tendas com capacidade para receber 5.000 pessoas. Na semana passada, a secretária do DHS, Kristi Noem, informou que cerca de 1,6 milhão de imigrantes indocumentados foram deportados dos EUA nos primeiros 200 dias de governo Trump.