As enchentes extremas que atingiram o Texas em julho trouxeram à tona uma descoberta impressionante: pegadas de dinossauros de cerca de 115 milhões de anos, encontradas em Sandy Creek, no condado de Travis, onde está a capital Austin.
Durante o trabalho de limpeza, um voluntário percebeu marcas suspeitas e enviou fotos às autoridades locais. O material foi confirmado por paleontólogos da Universidade do Texas em Austin, que identificaram os rastros como pertencentes a dinossauros carnívoros semelhantes ao Acrocanthosaurus, um predador bípede que podia atingir até 11 metros de comprimento.
Que dinossauros deixaram as marcas?
Ao todo, foram encontradas 15 pegadas bem preservadas, cada uma com cerca de 45 a 50 centímetros de comprimento e três garras. Os registros ficaram impressos no calcário da chamada Formação Glen Rose, datada entre 110 e 115 milhões de anos. Além das marcas atribuídas ao grande carnívoro, paleontólogos também identificaram indícios de pegadas do Paluxysaurus, dinossauro herbívoro que é considerado o fóssil-símbolo do Texas.
Segundo os pesquisadores, ainda é preciso analisar se os rastros foram deixados por um grupo de animais que se deslocava junto ou por indivíduos que passaram pelo mesmo local em momentos diferentes. O trabalho inclui o mapeamento detalhado das pegadas e a realização de modelos em 3D.
O Texas como ponto quente de fósseis
As pegadas foram encontradas em uma propriedade privada onde já havia registros de fósseis desde a década de 1980. Após a divulgação do caso, outros moradores da região relataram descobertas semelhantes feitas depois das enchentes. O Texas é considerado um verdadeiro hotspot paleontológico, com registros de dinossauros espalhados por várias localidades — o mais famoso deles no Parque Estadual Vale dos Dinossauros, em Glen Rose, onde rastros de cerca de 113 milhões de anos permanecem preservados no leito do rio Paluxy.