Advogado de Jair Bolsonaro, o criminalista Paulo Cunha Bueno apresentou, nesta terça, sua versão dos fatos para o encontro revelado por Mauro Cid na Sociedade Hípica Paulista, em 2023.
Num despacho enviado ao STF, o delator citou o encontro como uma tentativa dos defensores de Bolsonaro — além de Bueno, são citados Fábio Wajngarten, que também atuava para o ex-presidente, e Eduardo Kuntz, defensor de Marcelo Câmara — de influenciarem a sua defesa nas investigações da trama golpista. O relato foi apresentado por escrito pela mãe de Cid, Agnes, que narrou uma conversa durante um torneio em São Paulo.
Ao abordar a questão o advogado de Bolsonaro diz que tudo começou por causa de um pedido do pai de Cid, o general Lourena Cid, para que Wajngarten conseguisse inscrever a neta no torneio da hípica, um evento concorrido e caro. O defensor afirma que ajudou a conseguir a vaga para a filha de Cid em função da amizade de Wajngarten com a família do delator.
“A Sra. Agnes dirigiu-se ao peticionário, agradecendo-lhe pela colaboração com a inscrição da neta e relatando que a participação e vitória da neta no torneio estavam sendo extremamente alentadoras, diante de um momento familiar tão sofrido”, relata Bueno.
“O encontro foi bastante breve, amistoso e absolutamente protocolar, dividindo o agradecimento da Sra. Agnes com os cumprimentos do peticionário pela importante conquista da jovem amazona. Nada para além disso”, segue o criminalista.
Bueno nega qualquer discussão sobre a delação de Cid ou as investigações que corriam no STF, ponto central das acusações formuladas por Cid recentemente ao Supremo. Bueno destaque a própria mãe de Cid confirmou que nada foi tratado sobre delação premiada. “Naquele momento não perguntaram nada sobre a colaboração, até porque eu também não saberia”, disse Agnes no documento entregue ao STF e replicado pela defesa do criminalista.
