Em um contexto cercado por homens que performam virilidade e símbolos MAGA nos Estados Unidos, Payton Talbott, 26 anos, quebra algumas regras no sistema. Ele é uma das estrelas em ascensão do Ultimate Fighting Championship, a maior organização de artes marciais mistas do mundo. Com 1,78 m de altura, pesa 61 kg e tem mais de 1,88 m de alcance em seus socos, com um estilo que chama atenção nos ringues. Fora deles, Talbott também não passa despercebido. Ele se veste, ocasionalmente, com tops curtos de malha; aparece em vídeos praticando pole dance; e grava projetos audiovisuais experimentais com uma lista eclética de colaboradores, incluindo a artista de música eletrônica Arca, uma mulher trans, e o cantor Frank Ocean, que inclusive já foi apontado como um possível romance.
Tal singularidade, faz com que membros especulem sobre sua masculinidade, sexualidade e capacidade de luta, enchendo as seções de comentários com insultos e piadas. “Só penso: por que tenho que ser masculino? Por que minha imagem e o que visto têm algo a ver com minhas lutas? E mesmo que tivesse, que te importa?. Simplesmente acho graça quando as pessoas dizem: ‘Isso é prejudicial à nossa cultura! Não é bom para as crianças verem um cara em um esporte supermasculino usando um top curto!’ Estamos todos no octógono usando as mesmas três opções de shorts e luvas, e é isso”, disse em entrevista ao The New York Times.