A paisagem é desafiadora. Em 17 quilômetros de extensão, muitos desníveis e formações geológicas agressivas, como falésias, encostas, grandes depressões e colapsos. A região ainda esconde um complexo de cavernas, entre elas, a Gruta do Janelão, com galerias que ultrapassam 100 metros de altura, e a perna da Bailarina, uma estalactite de 28 metros. Toda essa exuberância fica no Cânion Peruaçu (nome indígena, vala grande), que foi reconhecido como Patrimônio Natural da Humanidade pela Unesco. Este é o 25º título deste tipo dado ao país. Mas é o primeiro sítio arqueológico mineiro a ganhar este posto.
A decisão foi anunciada durante a 47ª reunião do Comitê do Patrimônio Mundial, em Paris, no último domingo, 13.Localizado em Minas Gerais, entre três biomas –Mata Atlântica, Cerrado e Caatinga –esse complexo de cavernas abriga 114 sítios arqueológicos, mais de mil espécies de flora e 950 de fauna identificadas.
Os cânions são formações rochosas, esculpidas em vales profundos graças a ação dos rios, que causam erosões e transformam o relevo a ponto de serem um enigma para os arqueólogos. Apesar de não ser o mais importante nem o maior do mundo, as cavernas abrigam pinturas rupestres e sítios arqueológicos com vestígios arqueológicos com 12 mil anos. Além disso, está dentro de um parque nacional, área de proteção.
A candidatura do cânion foi resultado de esforços conjuntos dos governos federal e estadual, com a participação de órgãos como a Seculti-MG, o Ministério do Meio Ambiente e o ICMBio. A expectativa é que o reconhecimento como Patrimônio Mundial contribua para o desenvolvimento sustentável da região, atraindo mais turistas e fomentando a economia local. Para quem nunca foi e não tem coragem de enfrentar uma aventura, há o Projeto Peruaçu 3D, realizado com imagens reais, das mais importantes cavernas da região.
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+https://veja.abril.com.br/tecnologia/cavernas-do-peruacu-e-o-primeiro-parque-com-passeio-em-3d/