counter Parece piada: Hamas censura atriz ‘ativista’ e simpatizantes não reagem – Forsething

Parece piada: Hamas censura atriz ‘ativista’ e simpatizantes não reagem

É normal censurar a imagem do torso de uma mulher por que ela está usando um vestido de alcinha? No mundo real, isso deveria provocar torrentes de protesto contra o ato de misoginia. Mas no planeta habitado pelos privilegiados das artes, a imagem borrada da atriz Hannah Eibinder foi recebida com significativo silêncio. Quando os censores são tratados como combatentes da liberdade, a atitude predominante da esquerda abilolada em relação ao Hamas, têm liberdade para qualquer absurdo.

+ Trump e Palestina: o discurso de atriz no Emmy que perdeu 53 mil reais

A atriz foi mostrada no Quds News Network porque proclamou “Palestina livre” ao receber um Emmy, mas o vestido decotado esbarrou nas regras do islamismo radical. Sem reclamações, de mulheres nem de homens, que normalmente se revoltariam com o tratamento discriminatório.

A atriz foi muito celebrada pela manifestação de apoio, que infelizmente se tornou uma celebração do Hamas, inclusive por ser judia. Mais infelizmente ainda, o grito “Palestina livre” se tornou um sinônimo de antissemitismo, de ódio coletivo aos judeus.

Expressar livremente críticas ao governo de Israel é um direito enfaticamente praticado no país. Mas é diferente de recorrer aos argumentos mais malucos para fazer isso, como fez, por exemplo, o primeiro-ministro espanhol, Pedro Sánchez.

MARÉ DE ÓDIO

Primeiro, veio uma declaração feita em tom mordaz, mas inimaginável na boca de um chefe de governo que em geral se comportava como um integrante da esquerda civilizada. “A Espanha não tem armas nucleares, porta-aviões nem grandes reservas de petróleo. Sozinhos, não podemos deter a ofensiva israelense”, disse ele ao se referir à nova etapa da guerra, com um avanço israelense sobre a Cidade de Gaza, numa referência arrevesada aos Estados Unidos.

Foi uma das declarações mais estapafúrdias já feitas por um chefe de governo, inclusive por insinuar que, se tivesse esses meios, a Espanha os usaria – ou, na versão mais amena, teria formas de chantagear Israel.

Continua após a publicidade

Sánchez está numa maré de ódio que o leva a falar coisas insensatas, como se a deterioração moral equivalesse ao evidente desgaste físico que ele vem sofrendo. No domingo, elogiou “um povo espanhol que se mobiliza por causas justas”.

Qual a causa? Impedir que israelenses – judeus – participassem do importante campeonato de ciclismo chamado La Vuelta. Os manifestantes elogiados pelo primeiro-ministro realmente deram um baile na polícia, que deveria ser apoiada pelo ocupante do cargo mais importante do executivo, e impediram a rodada final.

+ Vídeo: protesto pró-Palestina obstrui prova de ciclismo na Espanha e gera disputa política

VENENO DO ANTISSEMITISMO

É quase inacreditável um chefe de governo que desmoraliza suas forças policiais e quer eliminar judeus de um campeonato esportivo, mas essa é a realidade. Da mesma forma, frequentadores do Olimpo da música clássica estão fazendo uma campanha contra o maestro da Filarmônica de Munique, Lahav Shani, por ser israelense.

Isso não significa não identificar a grave deterioração da imagem de Israel decorrente da guerra desfechada com o massacre de 1,2 pessoas em Israel, que no próximo mês completa dois anos.

Continua após a publicidade

Uma guerra de alta complexidade e enorme potencial de causar vítimas civis, o principal motivo do desgaste internacional de Israel – mas não o único e nem o mais importante para os que usam as misérias de Gaza como pretexto para espalhar o veneno do antissemitismo.

A pressão sobre Israel vai aumentar com o relatório da Comissão Independente de Inquérito da ONU dizendo que Israel está cometendo genocídio em Gaza – todas as conclusões da organização internacional sempre são contra Israel, relevando ações muito mais graves em outros países. Mas a chancela da ONU tem um peso enorme.

ATENAS E ESPARTA

“Teremos que desenvolver nossa própria indústria de armas”, disse Benjamin Netanyahu sobre o crescente isolamento de Israel. “Seremos Atenas e uma super Esparta ao mesmo tempo. Não temos escolha”.

Reações como a de Hannah Eibinger só vai aumentar. A atriz americana também se referiu com um palavrão à ICE, a agência que captura e deporta imigrantes ilegais.

Continua após a publicidade

Há muito o que criticar na atuação dos agentes armados e é difícil não se compadecer de pessoas que só querem trabalhar para ter uma vida melhor nos Estados Unidos, mesmo que tenha recorrido à entrada ilegal.

Mas é impossível não ver que, do alto de seu privilégio, ela não frequentaria a fronteira com o México na época em que honestos e desonestos circulavam por ali aos muitos milhares por dia. Nem, muito menos, iria de vestido de alcinha a Gaza.

Publicidade

About admin