O ex-presidente Michel Temer, hoje um ativo palestrante e consultor empresarial, avalia que há um sentimento consolidado no país de que o governo federal deveria assumir a responsabilidade por garantir a segurança pública no país.
A gestão de Lula perdeu essa oportunidade quando deixou a segurança em segundo plano no governo. Para Temer, o caminho deveria ser outro.
“O que observo do noticiário é que todos acham que a União deveria assumir a coordenação da segurança no país, o que compreendi logo no início do meu governo, quando criei o Ministério da Segurança Pública”, diz Temer.
O ex-presidente lembra que foi a gestão dele que aprovou o Sistema Único de Segurança Pública, projeto que buscou promover a colaboração entre União, estados e municípios, compartilhando dados, padronizando informações e realizando operações conjuntas para combater a criminalidade.
A iniciativa incluiu as polícias (Federal, Civis, Militares, Rodoviária e Ferroviária), Corpos de Bombeiros Militares, Força Nacional, guardas municipais e o sistema penitenciário.
Como não faz parte da lógica das gestões petistas estimular ações de governos passados, a atual gestão vem propondo novas regulamentações para integrar os sistemas de segurança no país. A resistência política a essas mudanças, no entanto, é forte no Congresso.
Ao analisar a operação policial contra o Comando Vermelho, no Rio, o presidente Lula primeiro ensaiou um discurso de união ao criar um escritório conjunto de combate ao crime. Uma semana depois, Lula tratou de desconstruir essa união ao atacar a operação e defender que os policiais que combateram traficantes fossem investigados.