Responsável por financiar a estadia de Eduardo Bolsonaro nos Estados Unidos, Jair Bolsonaro é apontado nas investigações que tramitam no STF como principal beneficiário das ações do filho para obter sanções do governo dos Estados Unidos contra integrantes da Corte.
A ação de Eduardo junto ao governo de Donald Trump tem por objetivo pressionar o Congresso e os próprios ministros do Supremo a livrarem Bolsonaro dos processos a que responde na Corte. “Além de um ataque à soberania, é um claro crime de coação no curso do processo”, diz um investigador ao Radar.
O entendimento é compartilhado por ministros do Supremo ouvidos pelo Radar. Para atingir esse objetivo, o filho do ex-presidente já ameaçou com sanções americanas investigadores da Polícia Federal, integrantes da PGR, magistrados e até os chefes da Câmara, Hugo Motta, e do Senado, Davi Alcolumbre.
“Não é muito diferente do bandido que resolve metralhar a casa do juiz para evitar uma sentença”, diz um ministro do STF.
Como financiador e beneficiário de uma ação que tenta pressionar a Justiça com ações intimidatórias, Bolsonaro tem poucas chances de escapar de uma condenação no Supremo.
Nos próximos dias, os advogados do ex-presidente vão apresentar as alegações finais dele na trama golpista. Os problemas do capitão, no entanto, vão muito além desse processo. A prisão é apenas uma questão de tempo — e Bolsonaro sabe disso.
“Quando o presidente disse, no Congresso, que não tinha mais esperança na lei. Que o que valeria para ele era a lei de Deus, era isso que ele queria dizer. Ele sabe que será condenado, com ou sem provas”, diz um aliado.