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Para governo Lula, Tarcísio deu novo tiro no pé com reunião sobre tarifaço

Alvo de cobranças do setor produtivo, depois de ter apoiado o tarifaço anunciado por Donald Trump contra o Brasil, o governador de São Paulo, Tarcísio de Freitas, ensaiou uma reação ao organizar, nesta terça, uma reunião com empresários paulistas e o representante do governo dos Estados Unidos no Brasil, o encarregado de negócios Gabriel Escobar.

Para fontes do Itamaraty ouvidas pelo Radar, ação de Freitas é constrangedora e representa um novo tiro no pé. Freitas saiu comemorando a sanção anunciada por Trump. Depois, mudou de discurso ao perceber a reação negativa que o tarifaço provocou em São Paulo, estado que será mais prejudicado pela medida.

Ao tentar reagir demonstrando que tem pontes para negociar alguma saída nessa crise, Freitas revela, na visão de um diplomata do governo Lula, certa falta de compreensão da situação.

“Encarregado cumpre ordens e transmite recados. Só o Tarcísio que acha que ele resolve algo. Vira-latismo explícito e o PIB já sacou”, diz um diplomata do governo.

Além de dividir a reação brasileira nas negociações com Trump, a iniciativa de Freitas provoca ruídos até entre o empresariado, que deseja uma ação coordenada e sem politicagem nessa questão.

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Freitas, aliás, busca diálogo com um servidor lateral da diplomacia dos EUA para mostrar ao empresariado paulista que está procurando uma solução para a crise. Por outro lado, Eduardo Bolsonaro está em contato direto com a Casa Branca, nos EUA, fazendo exatamente o oposto. Tentando ampliar as sanções do governo Trump ao Brasil para livrar o pai da cadeia, ainda que isso leve a prejuízos ao setor produtivo e a destruição de cerca de 110.000 postos de trabalho no país.

A leitura entre empresários é de que a crise foi deflagrada por causa da tentativa desesperada de Jair Bolsonaro e de seu clã de se livrar das investigações em curso no STF. O problema é que o barulho político transbordou para a economia, provocando efeitos nefastos ao setor que só deseja produzir e não tem compromisso com a disputa por sobrevivência política travada hoje pelo bolsonarismo.

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