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Para evitar fim do contrato da Enel em São Paulo, Itália pode barrar acordo UE-Mercosul

Para evitar o cancelamento do contrato da Enel em São Paulo, após um apagão que deixou 2,2 milhões de imóveis sem energia por até uma semana, o governo da Itália pode retardar o avanço do acordo de livre comércio entre a União Europeia e o Mercosul. Assiná-lo é um dos principais objetivos do presidente Luiz Inácio Lula da Silva para aumentar seu prestígio junto ao empresariado brasileiro e, por consequência, as chances de conquistar seu quarto mandato na eleição do ano que vem.

Segundo o colunista Lauro Jardim, do jornal O Globo, formalmente, o gabinete da primeira-ministra italiana, Giogia Meloni, deve apontar ressalvas sobre o acordo, a fim de retardar sua assinatura. Nesta quarta-feira 17, por exemplo, Meloni já declarou considerar “prematuro” o prazo proposto pelo por Lula para a assinatura do acordo – dia 20 de dezembro. Segundo ela, algumas salvaguardas solicitadas pela Itália para proteger seus agricultores ainda não foram devidamente formatadas e, portanto, é mais conveniente que o ato seja adiado para 2026.

Nos bastidores, porém, a garantia de que a Enel mantenha seu contrato em São Paulo poderia entrar nas negociações para acelerar a conclusão do acordo entre europeus e sul-americanos, segundo O Globo. Isto, porque o governo italiano é o principal acionista da companhia e detém 23% de seu capital. O contrato da Enel em São Paulo vence em 2028, mas a concessionária já iniciou os procedimentos para assegurar a renovação antecipada.

As chances de isso ocorrer, porém, ruíram diante do apagão da última quarta-feira, 10, que deixou milhões de clientes no escuro – alguns por até uma semana. Somente neste ano, as interrupções de fornecimento na área atendida pela Enel no estado cresceram 13% no acumulado até outubro. Diante da revolta dos clientes e dos prejuízos bilionários para as empresas, uma reunião de três horas ontem entre o ministro de Minas e Energia, Alexandre Silveira, o governador de São Paulo, Tarcísio Gomes de Freitas, e o prefeito da capital, Ricardo Nunes, produziu um raro alinhamento entre o governo federal e as outras instâncias. Na coletiva concedida após o encontro, os três defenderam o início do processo de anulação do contrato.

A Enel atende 18 milhões de pessoas em vinte e quatro municípios da região metropolitana de São Paulo. A área responde por 17% do produto interno bruto (PIB) do país. Em fato relevante divulgado ontem, a companhia afirma que ainda não foi notificada pela Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel) sobre o início de qualquer procedimento para cancelar o contrato.

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