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Para cada pessoa resgatada do trabalho escravo no Brasil, 360 permanecem

Dados divulgados recentemente pela Secretaria de Inspeção do Trabalho do Ministério do Trabalho e Emprego e pelo relatório da Entidade Global de combate ao trabalho escravo Walkfree (walkfree.org) apontam que para cada pessoa resgatada de trabalho escravo no Brasil, outras 360 permanecem submetidas a condições análogas à escravidão.

Casos recentes em Pernambuco e no Mato Grosso do Sul confirmaram resultados do mapeamento no sentido de que a maior parte das vítimas são do sexo feminino, negras e em situação de vulnerabilidade social. Em Recife, na semana passada, auditores-fiscais do trabalho resgataram uma mulher de 54 anos que alegou ter passado 36 anos como empregada doméstica sem salário, descanso ou direitos básicos.

No mesmo período, no Mato Grosso do Sul, seis adultos e dois adolescentes foram retirados de uma fazenda de mandioca em Nova Andradina. Eles viviam em alojamentos degradantes, sem saneamento básico e sem acesso a água potável. Trabalhavam sem equipamentos de proteção e dependiam de aliciadores.

Problemas de fiscalização

De acordo com o Ministério do Trabalho e Emprego, o déficit de auditores-fiscais do trabalho é um dos fatores que permitem a perpetuação do trabalho escravo contemporâneo. O Brasil possui hoje apenas 1.842 profissionais da área em atividade, menos do que em 1990, quando o país contava com 3.150 fiscais. A Organização Internacional do Trabalho (OIT) recomenda 5.441 e estudos do IPEA sugerem 8.000.

Como denunciar

Denúncias de trabalho em condições análogas à escravidão podem ser feitas de forma totalmente anônima pelo Sistema Ipê, disponível em ipe.sit.trabalho.gov.br.

Irregularidades trabalhistas em geral também podem ser comunicadas à central Alô Trabalho, pelo telefone 158, que funciona como canal direto para orientar e encaminhar casos de violação de direitos.

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