O Outubro Rosa é um movimento que reforça a conscientização sobre a prevenção e o diagnóstico precoce do câncer de mama. Dentro deste cenário, a cirurgia de reconstrução mamária contribui para devolver a autoestima feminina, que muitas vezes em decorrência do processo do câncer, é perdida. Para explicar como funciona a cirurgia, a recuperação e o impacto na saúde e na autoestima feminina, o ex-presidente da Sociedade Brasileira de Cirurgia Plástica-RJ, André Maranhão falou com a coluna GENTE.
Como funciona a cirurgia de reconstrução da mama? É considerada reparadora e tem por objetivo não só devolver o contorno mamário, mas também auxiliar na recuperação da autoestima das mulheres, sendo indicada após a mastectomia, em consequência ao tratamento do câncer. O procedimento cirúrgico leva em consideração a forma, tamanho e aparência da mama retirada, tudo para que o resultado da reconstrução seja o mais natural possível.
Como é a recuperação? A recuperação é fator primordial para sucesso da cirurgia e todo tratamento. Mas esta pode variar entre as pacientes, pois será de acordo com o tipo de reconstrução realizada. Boa parte das pacientes sente desconforto associado a um “cansaço” e dores controladas com analgésicos, nas primeiras duas semanas. Passado este período, a rotina vai voltando aos poucos, em até oito semanas pós-cirurgia. Quando a reconstrução é realizada para mulheres que tenham indicação de tratamento radioterápico após a cirurgia, devemos considerar um tempo mais prolongado.
Qual é o impacto na saúde e na autoestima feminina? Cada paciente reage de uma forma à notícia e ao pós-cirúrgico, pois a mama e sua estética trazem a simbologia de força, os seios são um símbolo feminino, então lidar com a ideia de retirada da mama mexe com a sexualidade, traz a preocupação materna e, sem dúvidas, abala a autoestima. Nesse ponto o cirurgião plástico é peça fundamental, pois realiza a cirurgia de reconstrução mamária, porém com ela conseguimos recuperar parte da autoestima e do sorriso da mulher. É emocionante encontrarmos a paciente e ver que ela se reconhece como mulher. A parte mais significativa do trabalho é ver a satisfação da paciente. É quando a mulher olha para a mama reconstruída e se sente inteira, com equilíbrio corporal. Ela volta a se reconhecer, se sente viva.