A osteoartrite de joelho é um dos problemas que tem se tornado cada vez mais comum com o envelhecimento da população. Dados epidemiológicos estimam que o número de acometidos dobrou nas últimas três décadas, chegando a cerca de 530 milhões em 2019 – e no Brasil a tendência não é diferente. Para tentar aprimorar o tratamento, um estudo científico levantou quais são os melhores tratamentos.
Usualmente, a terapêutica para a melhora da artrite envolve o uso de anti-inflamatórios, mas eles não são uma boa opção a longo prazo devido aos efeitos adversos no sistema digestório, cardiovascular, hepático e renal. Por isso, um estudo publicado nesta quinta-feira, 19, na Plos One, levantou os principais tratamentos não medicamentosos para essa condição.
“Nossa análise, com quase 10 mil pacientes, revela que terapias simples e acessíveis […] superam opções de alta tecnologia”, escrevem os autores. “Isso pode reformular diretrizes clínicas para focar em intervenções mais seguras e de menor custo.”
Como tratar a osteoartrite de joelho?
Para fazer esse levantamento, pesquisadores do First People’s Hospital of Neijiang, na China, avaliaram 139 ensaios clínicos, envolvendo um total de quase 10 mil pessoas. O que eles viram é que terapias acessíveis podem ser tão úteis quanto abordagens tecnológicas ou medicamentosas.
As órteses de joelho, estruturas externas utilizadas para dar suporte e estabilizar a articulação foi a que mais se destacou, diminuindo a dor e a rigidez e melhorando a função. A hidroterapia também apresentou uma eficácia acima da média, jogando luz sobre o papel essencial da fisioterapia nessa condição.
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Já entre as opções mais tecnológicas, os destaques foram para a laserterapia de alta intensidade e para a terapia por ondas de choque, que promovem benefícios limitados. Já o ultrassom, uma opção comumente escolhida pelos pacientes, foi menos consistente na sua eficácia.
Os autores afirmam que mais estudos precisam ser realizados para avaliar a eficácia combinada, mas que o levantamento atual já é interessante para manter os profissionais e os afetados bem informados, em especial para adotar estratégias que possam diminuir a necessidade de medicamentos. “Pacientes e médicos devem priorizar essas opções baseadas em evidências”, dizem.