O deputado federal Nikolas Ferreira (PL-MG) tem feito acenos significativos para as eleições de 2026 que podem ajudar a alavancar a perspectiva eleitoral do candidato do governador Romeu Zema (Novo), o seu vice Matheus Simões (PSD).
O primeiro deles foi deixar claro que, rompendo com muitas expectativas, inclusive de colegas de partido, ele não deve se candidatar ao governo do estado. Com 30 anos de idade a serem completados em maio do próximo ano, Nikolas poderia disputar o comando do Palácio Tiradentes, já que completaria a idade mínima para o cargo fixada pela Constituição — ele não pode, por exemplo, concorrer ao Senado, já que precisaria ter ao menos 35 anos de idade. Como principal força da direita bolsonarista no estado, ele estava sendo cotado para o governo.
No entanto, na sexta-feira da semana passada, Nikolas afirmou que deverá “ser humilde” em 2026 e deu a entender que acredita que o melhor caminho será tentar se reeleger para a Câmara dos Deputados: “Tenho que pensar como meu inimigo. O que eu mais gostaria que o Nikolas fosse? Pensando como meu inimigo, talvez seria como governador, não é? Perco meu foro, poderia no outro dia estar com o Ministério Público, com o TCU [Tribunal de Contas da União] nas minhas costas, de forma injusta”, disse.
O parlamentar também destacou não acreditar que fosse capaz de fazer um bom governo estadual neste momento. “Você acha o mesmo que eu no governo de Minas, mesmo querendo tocar o governo da melhor maneira possível, colocando as melhores pessoas ali para poder tocar os cargos, você acha mesmo que o Executivo, no âmbito da Presidência, vai deixar eu tocar o Estado da maneira que precisa? Existem coisas que tudo a seu tempo”, declarou.
Um segundo aceno importante de Nikolas foi a aproximação com Matheus Simões. Eles apareceram juntos em um vídeo publicado nas redes sociais, no qual falam sobre atuação política conjunta pelo bem do estado. A situação indica que o parlamentar deve apoiar o candidato de Zema em 2026, podendo transferir seus votos para ele.
Além do apoio, a aproximação representa uma possibilidade de desencorajamento ao senador Cleitinho Azevedo (Republicanos) de disputar o governo. Líder em várias pesquisas, Cleitinho disse para VEJA acreditar que teria o apoio de Nikolas caso decidisse disputar o Palácio Tiradentes. Atualmente, ele falou que ainda não decidiu o que fará em 2026, mas a falta de alianças pode ser um importante fator para uma eventual desistência.
Simões vem tentando articular uma grande frente de direita no estado, que uniria PSD, Novo, PL, Republicanos, PP, e União Brasil. Caso tenha o apoio de Nikolas e Cleitinho, que lideram as pesquisas, conseguiria conquistar o cenário que deseja.
Em entrevista para VEJA, o vice-governador de Minas Gerais afirmou acreditar que a esperada reeleição de Nikolas ajudará a eleger uma das maiores bancadas federais de direita que o estado já viu.