Alexandre de Moraes não vai recuar. Em fala durante o 24º Fórum Empresarial do Lide, no Rio de Janeiro, o ministro do STF mandou recados: aos que tentaram golpe contra a democracia, às big techs e até a colegas de corte. “Normalidade democrática não significa tranquilidade, significa saber reagir à turbulência”, afirmou.
Segundo o ministro, o Brasil é uma das maiores democracias do mundo. “Nós temos inúmeros problemas, mas se compararmos com o que tínhamos antes da Constituição de 1988 o salto brasileiro foi um dos maiores. Temos uma nociva polarização política que gera reflexos econômicos, sociais, familiares e que precisamos superar. Brasil infelizmente tem um histórico de golpes e regimes de exceção, infelizmente. Temos 37 anos de estabilidade institucional, apesar de histórico de golpismo”. Para Moraes, não há espaço para acomodação com tentativa de golpes de estado. “A história nos ensina que impunidade, omissão e covardia podem, num primeiro momento, parecer o caminho mais rápido para acabar com os problemas. É um caminho falso. Impunidade, omissão e covardia nunca deram certo em nenhum país do mundo. Imagina se Joseph Goebbels (ministro da propaganda da Alemanha durante o nazismo) tivesse os algoritmos das big techs. Se confunde covardia com apaziguamento. O que existe numa democracia é a aplicação da lei. Liberdade com responsabilidade”.
O ministro ainda afirmou que somente autocratas podem exercer liberdade sem limites e responsabilizações. “Esse método não funcionou, não vai funcionar e quem tentar fazer isso no Brasil será responsabilizado. Um judiciário vassalo, covarde, que quer fazer acordos para que o país deixe momentaneamente de estar conturbado não é um judiciário independente. Judiciário que não é independente não tem direito de ser chamado de judiciário. Somos independentes e corajosos. Os ataques podem continuar, de dentro ou de fora. Pouca importa. O juiz que não resiste à pressão que mude de profissão. O judiciário cresce na pressão”. Segundo ele, a polarização no Brasil é insuflada pelas redes sociais: “Não fosse isso, todos os brasileiros deveriam estar comemorando que resistimos a ataques”.