Durante décadas, acreditou-se que os dinossauros já estavam em declínio quando o asteroide que selou seu destino atingiu a Terra há cerca de 66 milhões de anos. Porém, um novo estudo publicado na revista Science contesta essa ideia e mostra que essas criaturas estavam, na verdade, vivendo em ecossistemas ativos e variados até pouco antes da extinção em massa.
Os pesquisadores analisaram rochas e fósseis da região de San Juan Basin, no noroeste do Novo México, e descobriram que eles datam de entre 66,4 e 66 milhões de anos, período imediatamente anterior ao impacto do asteroide que pôs fim à era dos dinossauros. Nessas camadas, conhecidas como Formação Kirtland, foram encontrados restos de espécies como o Alamosaurus, um gigantesco herbívoro de pescoço longo, e outros dinossauros herbívoros e carnívoros, indicando uma fauna diversificada e saudável no fim do Cretáceo.
Os dinossauros já estavam em declínio?
Segundo os autores do estudo, os dinossauros do Novo México viveram ao mesmo tempo que espécies famosas encontradas na região de Hell Creek, em Montana e nas Dakotas, onde também foram preservados fósseis próximos à fronteira geológica entre o Cretáceo e o Paleógeno. Isso demonstra que as populações de dinossauros persistiram até poucos milhares de anos antes do impacto, contradizendo a hipótese de um desaparecimento gradual.
As análises também mostraram que os dinossauros da América do Norte viviam em comunidades regionais distintas, moldadas principalmente pela temperatura, e não por barreiras físicas como rios ou montanhas. As áreas mais quentes do sul abrigavam espécies diferentes das encontradas nas regiões mais frias do norte, o que indica uma forte adaptação climática e uma biodiversidade mais rica do que se imaginava.
O asteroide causou a extinção repentina?
A nova linha do tempo sugere que os dinossauros estavam longe de desaparecer por causas naturais: foram interrompidos de forma súbita e catastrófica pelo impacto do asteroide, que provocou destruição ambiental em escala global. O evento eliminou cerca de 75% das espécies do planeta, mas abriu espaço para a rápida diversificação dos mamíferos, que começaram a ocupar novos nichos ecológicos poucos centenas de milhares de anos depois.
Para os pesquisadores, as evidências encontradas no Novo México reforçam uma imagem diferente do fim dos dinossauros: não um lento declínio, mas um florescimento abruptamente interrompido.